terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

A tua "aldeia" pode ser maior do que pensas!


Quando me separei, desmoronei numa conversa de vinte minutos com a Educadora da minha filha. A ideia inicial era falar-lhe sobre esta mudança que estava a acontecer na vida da Vitória, e alertá-la para eventuais alterações de comportamento que pudesse vir a ter. Queria que estivesse preparada para lidar com perguntas, silêncios, alterações de apetite, o que fosse necessário para ser mais uma aliada da minha filha no processo. O que eu não estava à espera, era que a Educadora da Vitória se tornasse, numa conversa de vinte minutos, na "minha aldeia". Não é que tenha dito muita coisa, nem que tenha feito o pino para me confortar. Ao contrário, escutou-me, emocionou-se comigo e disse-me que iria ficar tudo bem. E abraçou-me. Não fez perguntas vazias, não emitiu opiniões estéreis, não fez julgamentos rápidos. Limitou-se a acolher a minha dor e ali ficou, abraçada a mim. 
A "aldeia" que construímos à nossa volta, às vezes, é feita de momentos, de pessoas que vão e vêm, de anjos da guarda que não permanecem, mas que põem um tijolo forte e vão embora. A "aldeia" pode ser construída de muitas maneiras, em muitos espaços e por pessoas que não estamos à espera. É preciso aceitar a ideia de que ela se amplia e que é dinâmica, como a nossa vida. E depois, é preciso aprender a aceitar o Amor que nos chega de onde menos esperamos e que, sem darmos conta, nos salva e nos redime.

4 comentários:

Catarina Silva disse...

Este post é muito forte!

É tal e qual isso que diz: "A "aldeia" que construímos à nossa volta, às vezes, é feita de momentos, de pessoas que vão e vêm, de anjos da guarda que não permanecem, mas que põem um tijolo forte e vão embora."
O Amor chega-nos mesmo de onde não esperamos...e salva-nos!

Creio que essa é uma das formas de Deus se manifestar na nossa vida...E deveria ser sempre assim, com Amor, a forma de nos manifestarmos na vida uns dos outros... Para que pudéssemos ser todos verdadeiros "Anjos da Guarda" na vida daqueles com quem nos cruzamos.

A TItica disse...

Gostei muito deste conceito de aldeia!

O QUINTAL É MEU, EU PLANTO O QUE EU QUISER disse...

👍

Anónimo disse...

Há 5 anos atrás o meu marido foi trabalhar para a Áustria, um momento difícil pra mim que fiquei sozinha com a nossa filhota de 2 anos e de 15 em 15 um fim de semana com o meu enteado que nunca deixou de vir. Também contei na creche a situação e para verem a reação da minha filha nesta nova mudança de vida com um pai ausente e também elas foram umas queridas para nós.

Há pessoas realmente boas, que se destacam mais nestas situações em que necessitamos de ajuda.