sábado, 8 de abril de 2017

Que bom que era não haver "filhos do divórcio"!


Os anos passam e vamos arranjando maneiras de lidar com as dores que vivemos, mas há "buracos negros" que permanecem, a lembrar-nos porque é que fomos ficando mais fortes.
A Pós-Graduação em Mediação Familiar tem-me feito revisitar esses "quartos mais escuros" relacionados com a separação dos meus pais e com a minha própria, e ajuda-me a confirmar o que já intuía: que o impacto do divórcio nas crianças, depende da forma como os adultos lidam com aquela circunstância. Ponto final. 
Bater-me-ei por esta causa sempre. Por todos os miúdos que servem de "pombo-correio" entre os pais desavindos, por todos os que servem de "saco de pancada", por todos os que são obrigados a escolher um dos progenitores, por todos aqueles a quem lhes é "roubado" um deles, por todos os que são culpabilizados pelos conflitos, por todos os que são manipulados para tomar partidos, por todos os que são emocionalmente violentados em nome do Amor, por todos a quem a infância é súbita e irremediavelmente roubada, por todos os miúdos que se perdem tragicamente no meio disto tudo.
Os filhos são dos pais, não são do divórcio.

[este post é dedicado à turma de "mulheres coragem" em que fui calhar...sou uma sortuda]

9 comentários:

Xica Maria disse...

Conheço bem de perto um divórcio e fico com o coração apertado quando penso na criança...

Anónimo disse...

Que estranho, o post em que torna a falar e mostrar os cabelos brancos não tem comentários??

Maria do Mundo disse...

Lido com eles todos os dias em termos profissionais. De uma coisa estou certa: nenhuma criança passa incolume do divórcio dos pais, lidem os adultos como lidarem com o divórcio. Claro que há os casos em que os danos são tão pequenos que não há prejuízo no futuro. Tenho desses casos felizes. Mas são poucos. De um modo geral, há sempre qualquer coisa que prejudica os miúdos. São poucos os pais que, após a morte do casal conjugal, mantêm vivo em normalidade o casal parental.!

Anónimo disse...

E na maioria dos casos as piores são as mulheres,conheço casos,apregoam ao mundo que são as melhores blá, blá ,os juízes deste país sempre lhes deram a guarda,muitas vezes injusta, há muitos pais que são melhores que certas mães,fazem a vida negra aos filhos, com o ressabiamento de terem sido trocadas, não conseguem fazer a distinção, eu pergunto:onde está o Amor e Prioridade dos filhos???A Sociedade ainda está muito salazarenta nesse aspeto!!!Mas os casos que conheço quando chegaram á idade adulta fizeram a sua escolha!

Unknown disse...

Mas para isso era preciso os "pais" conseguirem separar as águas....crescer, ser adultos e perceber que morre o amor, morre a paixão, até pode morrer todo o respeito mas ficam os filhos e NUNCA deverão ser culpabilização por isso. Foge-se do outro, foge-se em muitos casos para bem longe...Mas NUNCA deveria esse "pai" fugir dos meninos!!!!!

Anónimo disse...

Viu na Caras desta semana a foto do ator José Mayer com a esposa?? Ela também está a aderir aos cabelos de prata!!!!

Anónimo disse...

Cara Marta, costumo ler o seu blog e em muito aprecio a sua maneira de enquadrar os seus filhos numa família recomposta em que irmãos, pai e padrasto mantêm uma relação saudável e, ao que parece, feliz. Como madrasta de duas crianças em semanas alternadas, posso-lhe dizer que no meu caso, muitas vezes nos encontramos - pai, padrasto, mãe e madrasta - para conversarmos sobre a educação delas, passos a dar e passos que foram dados. Toda a gente comunica saudavel e frequentemente e as crianças - e os adultos - parecem ganhar e muito com isso. Talvez por isso, nunca tive quaisquer faltas de respeito da parte das crianças que colocassem em causa o meu papel - salientando que a própria mãe também me respeita e valoriza o meu papel - e dou-lhes e recebo todo o carinho - e todas as chatices inerentes a qualquer educação - que esta relação me permite. Se todos pudessemos simplificar, seriamos todos mais felizes. Bem-haja!

Elvira Rodrigues disse...

Excelente reflexão.Parabéns.

CEM MANIAS disse...

Vou tomar a liberdade de partilhar este post no facebook. Beijinho para si.