quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

5 dicas para sobreviver ao Natal numa família recomposta!

Juvenália de Oliveira Fotografia

Lidar com este período festivo que se aproxima nem sempre é fácil para muitas famílias, e para uma como a minha, é um desafio daqueles. É que para além dos meus três filhos mais velhos terem de se dividir, em dois dias, pelas casas do pai e da mãe, ainda têm que visitar os avós maternos à vez, já que os meus pais também são divorciados e não passam as festividades juntos.
Esta ginástica familiar requer dotes de contorcionista, doses massivas de paciência e shots de tolerância, e numa altura em que as emoções andam, tantas vezes, à flor da pele, a coisa pode descambar. Na verdade, viver um "período de família por excelência" no meio de cinquenta mil famílias e, ainda assim, dar-lhe sentido é um tremendo desafio, e gerir isto todos os anos, acreditem, tem sido uma aprendizagem.
Por estas razões, deixo-vos 5 dicas que ponho em prática anualmente, e que me ajudam a sobreviver ao Natal dentro de uma família recomposta:

1. Decidimos previamente com quem os miúdos passam os dias 24 e 25, se comigo se com o pai (normalmente, a véspera de Natal é comigo e o dia, com o pai). Não deixo essa decisão para a última da hora, para ter tempo e saúde mental para gerir imprevistos;

2. Evito passar o dia 24 a pensar na nostalgia que vai ser não ter os meus filhos comigo no dia de Natal. Levo à letra a máxima que diz que "o Natal é quando o Homem quiser" e aproveito tudo até ao tutano, sem tristezas;

3. Nunca digo que os meus filhos não podem levar os presentes que receberam comigo para o "Natal do pai". As prendas não são minhas, são deles, e devem ser eles a gerir o que querem levar e o que deixam ficar. Sem birras de nenhuma espécie, nem deles e, muito menos, minhas;

4. Se não houver tempo para os miúdos visitarem os avós todos em dois dias, não faço disso um cavalo de batalha. As crianças são maleáveis, mas não são elásticas e, às vezes, é humanamente impossível viver quatro Natais em dois dias (leia-se: Natal da mãe, Natal do pai, Natal do avô materno e Natal da avó materna, quando não é possível estar com a minha mãe na ceia de 24);

5. Adoro o Natal e valorizo sinceramente a quadra, mas tento relativizar a importância deste período para as vivências dos meus filhos em família. Na Páscoa, por exemplo, o meu pai faz com eles uma espécie de Natal: reúne os netos à mesa, distribui presentes e dá-lhes tempo; a melhor prenda delas todas.

E se houver uma dica única que seja a verdadeira tábua de salvação do vosso "Natal recomposto", aqui fica ela: temos 365 dias por ano para reunir a família. Respiremos fundo e relativizemos. Os putos agradecem e nós poupamos uma energia do caraças.

3 comentários:

Procura dentro de ti disse...

Sempre com palavras sábias, Marta!

Por aqui também é um Natal muito recomposto, mas também sem stresses. Que já basta a azáfama da época!

Bjs

Anónimo disse...

Acho lamentável o uso das crianças para guerras entre pai/mãe em qualquer altura do ano, que fará no Natal. Não tenho a experiência dos meus pais/ex-sogros separados, e sempre passei o Natal com os meus pais, o que facilita imenso a situação, mas gostava de deixar aqui o meu testemunho: quando nos separámos, eu e o pai do meu filho combinámos logo que a noite/dia de Natal seriam passados alternadamente ora com um, ora com outro. Correu SEMPRE bem, nunca houve guerras ou chatices, os Natais nunca foram campos de batalha.

Não vou dizer que no primeiro ano não foi um drama passar o dia 25 sem o meu filho. Foi. Mas a partir do segundo ano, fiz o mesmo que a Marta: relativizei e recusei-me a deprimir com um assunto onde não havia volta a dar. Houve anos em que a minha mãe ainda começou com a choraminguice do "está uma cadeira vazia, há um vazio...". Foi imediatamente calada.

Hoje, o meu filho tem 27 anos e continua a passar a noite com um e o dia com o outro. Hoje, tem uma companheira cuja família mora longe e, de 2 em 2 anos vão passar a quadra com a família dela. Se me custa não os ter nesses anos? Claro. Mas tudo tem solução e fundamental mesmo é estarmos juntos. Na família do pai não sei como contornam, mas do meu lado optámos por fazer um jantar no dia 23. Na prática, o Natal começa a 23 e acaba a 25. A mesa está sempre posta e estamos continuamente em Natal. Escusado será dizer que, para mim, Natal mesmo é quando ele está.

Mas reconheço que o facto de, pelo meu lado, passar sempre o Natal com os meus pais e a minha irmã (solteira) e não haver, por isso, mais "divisões", facilita (e muito) a coisa.

Parabéns pelas suas dicas e pelo modo como vive a sua situação. Para finalizar gostava só de deixar aqui um lema que adoptei há muito sobre o Natal: é uma celebração, não um castigo.

(desculpe o testamento, mas é um tema que, no geral, me é muito caro)

Unknown disse...

Esse é o ponto! Agir com a descontração necessária centrados neles e não esquecer que a elasticidade tem limites.
Somos privilegiados porque pais e sogros, irmãos e cunhados estão juntos num dos dias e a outra parte tenta o mesmo o mais possível.
Assim ao invés de 4,têm 2 Natais recheados de apertos e abraços.
Cálculo que estejam todos( no nosso caso os 5 a caminho dos 6) desejosos que chegue o dia 26 para usarem os presentes e estarem sucegados!