quinta-feira, 28 de julho de 2011

Avós - Parte I

Antes de regressarmos a Lisboa, eu e os meus filhos fizemos um tour por Portimão, a pé. Recuso-me a sair do Algarve sem visitar a cidade e a mítica Rua das Lojas, porque sempre fiz isso com a minha mãe, desde que me lembro de mim própria.
Se me perguntarem honestamente, as lojas não são nada de especial, mas não tem nada que ver com isso. Aquele lugar lembra-me a infância e os meus avós maternos, e é por isso que gosto tanto de por ali andar.
Na volta que demos, quis mostrar-lhes o antigo Restaurante do meu avô Quim e a casa onde morou com a minha avó Elvira, com a minha mãe e com a minha tia, durante anos.
Daquele lugar só guardo flashes, porque era novinha quando o meu avô faleceu, e a minha avó mudou-se para a nossa casa em Lisboa, depois disso.
Ficaram memórias esvaídas de algumas divisões da casa e de alguns cheiros, mas principalmente do terraço, onde o meu avô cultivava malaguetas e fazia um piri-piri potente.
Da minha avó tenho imensas lembranças, porque tive a sorte de me ter acompanhado até à idade adulta. Deixou-nos quando estava grávida do meu primeiro filho, mas sei que me guarda como um Anjo. Na sua sabedoria meio silenciosa, fez de mim parte do que sou hoje e ainda me alumia nas decisões mais difíceis.
 Já do meu avô, que perdi muito cedo, guardo-lhe pouco mais que a doçura dos olhos verdes e o sorriso. Mas também sei que anda por aqui e que inspira a minha mãe, pelo menos.

É sempre muito bom andar por Portimão e é melhor ainda, quando posso mostrar aos meus filhos parte do que sou e do que já vivi. Pode ser que venham a fazer o seu próprio tour daqui a uns anos e, se tiver sorte, talvez incluam esta pequenina parte no itinerário de cada um...

MM

PS: A foto é da entrada da casa dos meus avós