sexta-feira, 22 de março de 2019

Residência Alternada: sim ou não ou talvez?





A grande questão que ultimamente mais me tem sido colocada, desde que falo sobre a parentalidade na separação e no divórcio, refere-se à partilha de tempos dos filhos com ambos os pais. As mães que me procuram estão normalmente angustiadas e ansiosas com a situação, temendo que a partilha equitativa de tempo com o pai, possa afectar a relação que elas têm com os filhos, e que isso possa causar-lhes (aos filhos) algum dano emocional.
Não sou Psicóloga, mas suspeito que ainda que fosse, não teria uma resposta certa e definitiva para dar. Acredito por experiência e por princípio, que os filhos têm o direito de conviver com ambos os pais e a estabelecer relações seguras com os dois. Acredito que a residência alternada é o modelo que mais facilmente poderá proporcionar este contacto regular afectivo com ambos. Mas por defeito profissional (e talvez pela minha história), sou avessa a tudo o que sejam generalizações e verdades absolutas. Cada caso é um caso, cada criança é uma criança, cada família é uma família. A partilha dos filhos não é matemática e não pode ser feita cegamente, como a partilha de um bolo. Há que atender à idade e nível de desenvolvimento dos filhos, à sua personalidade única, ao tipo de relação que os pais estabelecem entre si, ao estilo de coparentalidade que estão a conseguir exercer, e por aí adiante.
Acredito que a residência alternada é a casa de chegada, mas como em todas as viagens, há rectas, curvas e contra-curvas, tempos de partida e de chegada diferentes. E como em todas as viagens, o que é preciso é chegar ao destino em segurança. Pelos nossos filhos.

1 comentário:

Anónimo disse...

e os pais, não a procuram? as crianças não são propriedade das mães, é preciso sabermos posicionar-nos quando queremos fazer análises, pelo menos, isentas.