quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Ter um filho é um desporto radical!


Foi há um ano e meio que a nossa vida mudou radicalmente. E não uso o termo "radicalmente" de forma leviana, porque acho mesmo que ter um filho é das coisas mais radicais que podemos fazer na vida. Mais que saltar de pára-quedas, subir o Evereste, correr uma maratona ou emigrar. Se pensarmos bem, ter um filho é a única decisão que é para a vida, e também é a única que liga pessoas para a eternidade, porque independentemente do que lhes aconteça enquanto casais, elas ficarão unidas pelo "simples" facto de serem pais; essa espécie de estatuto que se sobrepõe a todos os outros, porque é vitalício; uma tatuagem no coração e na alma e no corpo todo.
Passado este tempo, meu amor, temos passado por algumas mudanças: o crescimento do nosso bebé e tudo o que isso implica e a ida para o outro lado do mundo do pai dos meus três filhos mais velhos (teus filhos do coração) com as alterações na dinâmica familiar que isso também implicou. E por mais que todos os dias (literalmente todos os dias!) façamos um esforço para não nos esquecermos de que existimos enquanto casal, é difícil. As solicitações são gigantes e constantes e o cansaço não ajuda. Quantas vezes prometemos um ao outro que depois dos filhos na cama vamos namorar, beber um copo de vinho ou ver uma série qualquer, e nos deparamos com a incapacidade física de nos mantermos acordados para trocar três frases seguidas? É frustrante, eu sei, mas sabes a parte boa? Enquanto sentirmos falta um do outro é bom sinal. Enquanto tivermos saudades de estarmos só os dois, quer dizer que  estamos alerta e estar alerta é simplesmente continuar a querer o pacote todo: a falta de tempo, os beijos de raspão, as conversas interrompidas a meio, a casa em estado de sítio, os amuos e as birras. E depois, o resto, a fatia maior, tudo aquilo que, afinal, nos mantém perdidamente apaixonados.

2 comentários:

Joana Carvalho disse...

Olá Marta,

Muitas vezes, tenho a sensação que escreve directamente para mim. As suas palavras são «lições/alertas/ensinamentos»! Obrigada!

Essa foto merece estar à vista na vossa casa!

beijinho,
Joana (do clio azul :) )

VerdezOlhos disse...

Que texto tão bonito, genuíno e especial. Se sem filhos isso às vezes acontece (as obrigações a que a vida nos sucumbe), imagino com 4! Que continuem sempre a sentir a falta um do outro. beijinhos