quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Alimentação saudável, peso, trabalho, desabafo...



Continuar a comer de forma equilibrada desde que regressei ao trabalho, tem sido um exercício diário difícil. Costumo preparar uma marmita com snacks para ir trincando ao longo do dia (a chave para não estar morta de fome quando chega o almoço!), mas na maioria das vezes esqueço-me dela em cima do balcão da cozinha e acabo por ir ao bar comer um pão com queijo, ou qualquer coisa do género. Qualquer coisa que não me satisfaz, porque estou noutra há já vários meses.
Ao almoço também não tem sido fácil, porque as opções são normalmente cheias de gordura e feitas de ingredientes que já não quero comer.
Pelos corredores de um sítio onde não vinha há dez meses, ouço que estou magra demais e que preciso engordar um bocadinho. Dizem-me que talvez não me ande a alimentar convenientemente e que mais uns quilinhos em cima não me faziam mal nenhum. Sorrio e faço que "sim" com a cabeça, a minha maneira desde os 6 anos de dizer "falem o que quiserem, que eu faço o que me apetecer". Porque a verdade é que quando emagreci, estava em casa a comer melhor que nunca, sem nenhuma fome e com prazer na mesa. Nunca me chegou uma constipação, uma gripe, uma dor, e em nenhum momento me senti mais cansada do que a gestão de quatro filhos com um bebé pequenino implica. Agora, já cá cantam uma gripe e uma otite, e o meu leite vai sendo quase uma miragem, porque o stress dos dias atarefados seca-nos, literalmente, por dentro.
São ossos do ofício e deste recomeço inevitável que, por muitas razões diferentes, me tem custado. O meu corpo ainda pede um ritmo diferente, e a minha cabeça tem dificuldade em processar estes dias, que ainda não encaro completamente como meus. Tudo a seu tempo, dirão, e com razão. Anseio pelo dia em que me sinta aliviada ao sair de casa, embora ache que aos 42, há alívios que nunca mais teremos, porque descobrimos, finalmente, o que é que realmente importa, mas isso são outros quinhentos.
Há uns tempos, um "leitor anónimo simpático e insistente", mandava-me calar e ir trabalhar. Respondo-lhe que já pode finalmente esticar as pernas e suspirar de alívio, que a minha "boa vida" acabou. Já não passo o dia a mudar fraldas, nem a limpar ranhos, nem de mama de fora. Agora, a minha vida é muito mais trabalhosa e sou, finalmente, útil à sociedade. 
Contente? Pronto, ao fim destes meses todos, já pode ir destilar veneno para outro lugar, que sou cidadã de pleno direito.

8 comentários:

Unknown disse...

As pessoas têm sempre que falar, ou porque estamos gordas, ou magras ou porque vestimos mino- saia e já não temos idade, ou usamos biquini e temos cicatrizes que devíamos esconder. Neste momento tão perto dos 50, estou-me borrifando para aquilo que dizem e sejam felizes

Unknown disse...

Revejo-me completamente nesse desabafo.
Força querida Marta.
Beijinhos

Isabel disse...

Ó Marta
O que eu adoro o qu escreve.
Beijinhos

Anónimo disse...

Vejo a no trabalho e acho a sempre um pouco triste. Espero que dias melhores venham. Beijinhos.

Paula disse...

Olá Marta
Há mt que gosto de acompanhar o que escreve, gosto mt do tom, leve mas certeiro, e hj aqui mais uma vez.
"aos 42, há alívios que nunca mais teremos, porque descobrimos, finalmente, o que é que realmente importa". É tudo isso e mais. Continue, há mts pessoas sem veneno que gostam d que escreve! :) Bjs

Brandie disse...

Sobre a fome e as gorduras: veja o grupo paleo descomplicado.

Ana Pereira disse...

Olá Marta!
Gosto imenso da forma como vê a vida! Admiro-a por isso.
Somos quase da mesma idade, e eu não consigo descomplicar os meus problemas como vejo a Marta a fazê-lo...
Concordo plenamente com as mudanças alimentares, o esforço que temos de fazer por nós próprias... Se não cuidarmos de nós, ninguém cuidará.
E gostava de deixar um pequeno conselho.
Aliado a um estilo de vida muito mais saudável do que tinha há uns anos atrás, suplementei a minha alimentação, com Herbalife, e acredite que essa pequena falta de energia, irá mudar drasticamente, se a Marta experimentar!
Irá conseguir a melhor forma de si própria, de sempre! Sem qualquer dúvida.
Muitos beijinhos... para todos!

м disse...

Realmente há pessoas que não sabem estar caladas. Têm sempre que opinar, independentemente do que for. Ou estamos gordas ou estamos magras, ora estamos muito felizes, ora muito tristes, ora jovens demais, ora velhas e acabadas. Haja paciência! Em primeiro lugar, cada um tem a sua vida, ninguém tem que se meter na dos outros. Depois irrita-me esta mania de criticar as opções dos outros, sendo que não afeta em nada a vida de mais ninguém. E acima de tudo, as pessoas vêem-se ao espelho, estão diariamente metidas no seu corpo, sabem melhor do que ninguém se estão gordas, magra, feias, bonitas, velhas, jovens... Não precisam que sejam os outros a dizer. Que falta de chá.


Não se trata de desgostar de opiniões menos positivas, trata-se de não perceber a necessidade de falar só para criticar. Se não se tem nada positivo a dizer, que não se diga nada. Simples.