Bem sei que não faltarão vozes a achar que fiz tudo mal. Nada disto teria sido necessário se tivesse todas as competências parentais requeridas aos pais da actualidade, se dominasse as técnicas da psicologia positiva e do mindfulness e se eu própria não passasse algum tempo do meu dia de iPhone na mão ou a escrever no computador.
Parto do princípio que os meus filhos ligariam menos às tecnologias se eu também não lhes ligasse, não veriam televisão se eu não visse, gritariam menos se eu nunca berrasse e por aí adiante. Poderia continuar neste exercício de culpa e comiseração até quase me penalizar por estar grávida do quarto filho.
Mas a verdade é que se há coisa que a maternidade me tem ensinado, é a moderar o sentimento de culpa. Desta vez, disse o que tinha a dizer, redefini as regras, respirei fundo, deixei-os entregues ao meu homem de cabeça fria e fui ter com uma amiga. Quando voltei, a paz estava restabelecida e sem écrans à vista.
O dia, contudo, não tem sido fácil, porque tê-los longe do mundo virtual aproxima-os das mazelas do mundo real: as brigas corpo a corpo, as discussões nas brincadeiras com legos, as lutas pelo mesmo boneco, o barulho, senhores, o barulho. Mas não há crianças saudáveis e conectadas, sem zangas, brigas e ruído, certo?
Vou dormir descansada.
7 comentários:
Acho que fizeste tudo bem e estranho é quando há crianças paradas, sem mazelas menores e sem barulho. :)
Boa Marta!
É assim mesmo :)
Beijinhos
Faço isso muitas vezes. E sinceramente, apesar de nos sair do pêlo (pois é preciso arranjar alternativas), e de ter de o ouvir reclamar o dia todo, só lhe faz é bem. Que sejam criativos.
Concordo em pleno. Quem manda somos nós. Uma beijoca.
Acho que fizeste bem!
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Faço igual! temos pena! eu consigo ser uma ditadora bem jeitosa! o problema são as lutas, eheh! descobrem o potencial do corpo
Ca por casa também já tive que proibir algumas vezes essas tecnologias
Eh pá, o que eu precisava de ler este post! Obrigada obrigada pela partilha.
Tão eu! Psicologia positiva... pois... eu tb gostava muito de o conseguir, mas muitas vezes ganho essas birras e pronto! Chiça que ser mãe não é nada fácil! ;)
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