sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O concerto da minha vida {Scott Matthew}

Confesso publicamente que não sou mulher de grande cultura musical.
Cresci a ouvir os discos vinil da minha mãe, que trauteava pela casa Chico Buarque e a Ópera do Malandro, Bee Gees e Kim Carnes
Acho que não foi um mau começo para quem nasceu nos anos 70, mas passei depois por um período de deserto musical {abro excepção para o ano em que namorei com o meu amigo Beto, que me pôs a gostar de Prince, Pink Floyd e Xutos}. Depois disso, andei fechada numa bolha triste qualquer.
Dá-se o caso do meu homem não viver sem música e perceber do assunto. E como apaixonado pelo métier, adora ouvir coisas novas, fazer descobertas inusitadas e apresentar-me ao seu admirável mundo novo, coisa que lhe dá tanto prazer como levar a Vivi pela mão a mostrar-lhe os patos no Jardim da Estrela. 
E foi assim, pelas mãos do Rui e de um casal amigo que ontem fui levada ao CCB e ao concerto do Scott Matthew, fulano de quem não conhecia rigorosamente nada a não ser o cover "No Surprises" dos Radiohead que o meu homem me apresentara à pressa durante a tarde. Assim como quem diz "toma lá uma bucha para ver se te calas".

Dizer que foi o concerto da minha vida é pouco. Chorei do princípio ao fim, arrepiei-me mais vezes do que era suposto e descobri que há sonoridades e vozes que vão direitinhas ao coração. Sem pedirem licença, nem com merdas de protocolos nem precedências. 
Estar sentada naquela sala {com o Rodrigo Leão quase à distância de um braço, ainda por cima!}, a partilhar aquela experiência com duas pessoas que adoro e com uma sala cheia de gente tão emocionada como eu, foi um momento divino. E não digo "divino" como sinónimo de maravilhoso, nada disso. Digo "divino" como sinónimo de "pela mão de Deus", que há instantes que nos invadem como uma onda gigante, quase nos afogam de emoção, insuflam a alma e deixam-nos a levitar.

Não sou uma mulher de grande cultura musical. Ouço a Radar por osmose familiar e, até ontem, passava bem a ouvir os meus CDs comerciais.
A partir de hoje continuarei a ouvi-los {perdoa-me, Rui}, mas acrescentarei esta pérola ao meu universo dos sentidos. 





3 comentários:

Cecília Fernandes Vigário disse...

Agradece, desde já, ao Rui por te inspirar e nos dares a conhecer algo tão maravilhoso! :) Que boooooooooom! E é mesmo divino! Que leveza. Também começará a fazer parte do meu dia a dia :) * Um beijooo

Enjoy the Ride disse...

ouvi precisamente o mesmo de uma pessoa muito especial que também foi ver: "o concerto da minha vida".

Ana Burmester Baptista disse...

Scott Mathews é muito bom e ouvir a Radar um dos melhores remédios para se alargar a cultura musical num mundo onde a música tem cada vez menos personalidade! :)