sábado, 20 de outubro de 2018

Eu fui vítima de bullying. E tu?


Quando tinha 7 anos, tive um acidente de viação com a minha mãe, fiz um traumatismo craniano com afundamento e tive de rapar a cabeça duas vezes, para as duas cirurgias a que fui sujeita.
Andava na escola primária, para onde voltei depois do acidente, de ligaduras na cabeça, e com as pernas cobertas de crostas da psoríase que tinha em fase activa, na altura.
Fui gozada muitos dias e deixada de parte em todas as brincadeiras. Ouvi demasiadas vezes que era careca e feia, que metia nojo, que era "mariquinhas pé de salsa", porque não conseguia parar de chorar.
Dizer-vos, sem nenhuma mariquice, que aos 44 anos ainda sinto muitas vezes o desamor e o desamparo desses tempos de escola. O bullying não tinha nome naquela época, mas deixou as mesmas marcas. Marcas para a vida adulta, que facilmente se transformam em crenças limitadoras.
O bullying é feito por crianças, jovens e adultos e pode matar aos bocadinhos, e só vejo uma maneira de combater este flagelo: educar com aquela forma de Amor que implica limites e respeito. A única forma que conheço.

[20 de Outubro, Dia Mundial de Combate ao bullying]

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