quinta-feira, 26 de julho de 2018

Se alguém da tua família está a passar por uma separação ou por um divórcio, este post é para ti!



Uma separação ou um divórcio nunca são um assunto que implica apenas quem se separa ou divorcia. É um assunto dos filhos, isso é certo, e escreverei por aqui sobre eles muitas outras vezes. Mas é também um assunto que implica as famílias do casal que se separa ou divorcia.
Este mundo à volta do casal pode ser contentor ou disruptivo; pode contribuir para a paz ou pode instigar à guerra. Com isto não quero dizer que existam bons e maus da fita, vítimas ou vilões. Quero apenas dizer que no meio do sofrimento e da confusão de emoções que uma separação gera sempre, há muitas maneiras de reagir e há muitas histórias pessoais que vêm ao de cima, como quando o azeite se mistura com a água. E nem todas apelam à paz...
Para os pais que terminam uma relação e que têm filhos à sua responsabilidade, o momento é crítico, provavelmente, dos mais críticos que terão de atravessar. De modo que a postura da família é crucial para ajudar a manter a serenidade ou para criar ainda mais conflitos. É preciso ter esta consciência clara para tomar a decisão certa e para evitar atear fogos desnecessários.
Este post é, portanto, para todos aqueles que giram de perto à volta de um casal que se separa. É para vos dizer que são peças fundamentais para ajudar a estabilizar os adultos e as crianças envolvidas por consequência, e que podem fazer toda a diferença no meio do tsunami que aquela família (que também é vossa!), está a atravessar neste exato momento.
Sentir as dores daquele que é sangue do nosso sangue faz parte, somos todos humanos. Assistir ao sofrimento de quem nos é querido pode tirar-nos do sério, de modo que a via mais fácil é, muitas vezes, a crítica, a procura desenfreada de um culpado (que raramente é aquele que mais amamos),  a raiva e o rancor que nos levam a perder o pé e a dizer o que não queremos, tantas vezes à frente das crianças.
Lembrar-vos que nenhuma história é linear e que a história de um divórcio, em particular, nunca é só uma. A minha história é diferente da do pai dos meus três filhos mais velhos e é mesmo assim. Somos diferentes e cada um de nós "leu" o acontecimento "separação" de maneira diferente.
A todos aqueles que giram à volta de um divórcio, dizer-vos que a única história que interessa é aquela que passará a ser escrita, e que ela depende também de vocês, acolhendo a dor, apaziguando as mágoas e o rancor e ajudando a olhar para além da circunstância atual, assustadora, instável e ilusoriamente solitária.
Querem ajudar?
Ouçam sem emitir juízos de valor.
Abracem e ofereçam o ombro e o colo e refeições quentes e a casa, se preciso for.
Esqueçam frases como "eu avisei!" ou "eu bem te disse que ele/ela não prestavam!".
Fujam das verdades absolutas e das histórias lineares, como o Diabo da cruz.
Ofereçam colo e sopa e gelados aos miúdos.
Repitam as vezes que forem precisas que vão estar sempre ali, de pedra e cal.
Limitem-se a dizer as verdades que puderem ser assimiladas no momento.
Permaneçam.

1 comentário:

A TItica disse...

Lindo!!! Também odeio os conselhos tóxicos do bem te disse!!