domingo, 15 de outubro de 2017

Sonhei contigo esta noite!


Voltei a sonhar contigo esta noite. Olhavas-me cego, como se não me visses, e nessa cegueira eu não te reconhecia. Disseste-me, sem nenhum tremor, que já não me amavas, que tudo se havia perdido e que nós já éramos um passado longínquo. No princípio não quis acreditar, mas a tua voz soava firme e o teu rosto mantinha-se impávido como uma pedra. Não te reconhecia nessa altivez e nessa certeza assustadora e lembro-me que deixei cair uma lágrima; uma única, porque a tua frieza não me permitiu mais nada. Nem um adeus. Nem um amei-te demasiado. Nem um  foste a mulher da minha vida. Nem um tenho pena que isto nos tenha acontecido. Simplesmente mantiveste-te impassível, como se não entendesses o desgosto que a minha pele desenhava sobre ti. Como se não entendesses nada. Como se nunca nada, entre nós, tivesse acontecido.
Afastei-me devagarinho, ferida de morte por dentro. E tu; tu nunca olhaste sequer para trás.

Acordei e aninhei-me a ti. Senti o teu calor e o teu cheiro da noite, senti os teus pés a tocarem os meus, como de costume. Nenhum sinal daquele "tu desconhecido" do meu sonho. Nenhum sinal daquele pesadelo que, mais coisa menos coisa, me persegue desde que estamos juntos.
Volto a fechar os olhos contigo agarrado à minha cintura. E adormeço com o mesmo medo de sempre: o de te perder. Pior que isso, medo de ter sido enganada pela Vida, que me ofereceu de bandeja o Amor.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não dê lugar a essa insegurança que a persegue e que se nota em posts sucessivos. Agradeça e viva um dia de cada vez como se fosse o último e aproveite os momentos quer na família, quer no trabalho.