quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O "nosso sítio"

[nós, no "nosso sítio"]

Altura recebeu-nos bem. Tempo quente, praia a perder de vista, o Sr. Diamantino das frutas e dos legumes à saída do areal, a D. Carla dos doces tradicionais, a gelataria com o sabor a manga que a minha filha gosta, a família toda junta.
Mas o que fazer com estas saudades que temos todos da nossa terra do Verão? 
Dos passadiços da praia de Alvor ao pôr-do-sol;
dos besugos do Mané em Portimão;
da Rua das Lojas à tarde com a minha filha e com a minha mãe;
da casa da minha avó Elvira, mesmo ali ao lado;
das "bolinhas de Alvor receitadas pelo Sr. Doutor";
da nossa casa cheia de recordações de infância, minhas e dos meus filhos;
da pizzaria do costume, dos gelados da Marina nas noites quentes e dos bolos de laranja da Casa da Isabel;
do jardim de Portimão onde tiramos uma fotografia de família;
da Restinga onde casam turistas e onde como amêijoas e bebo vinho verde gelado com o meu homem, nos Verões em que ainda sobra dinheiro para petiscarmos fora de casa;
do entardecer silencioso no terraço da minha casa;
dos passeios pelo bairro dos pescadores, da Casa Inglesa e da Rua da Caca Seca;
do terraço do meu avô Quim onde ele plantava piri-piri;
dos gelados no meio de Alvor e das tibornas com vinho fresco da Maria do Mar;
da minha ria quando o sol se põe;
de grande parte das minhas melhores recordações...

O que fazer com estas saudades que temos da nossa terra?

Os nossos sítios, aqueles que reconhecemos como nossos, não são feitos de nada a não ser de nós próprios e de tudo o que lá vivemos. É por isso que são nossos. Esse sentimento de pertença não depende da beleza dos lugares, mas das histórias que já lá vivemos e que construíram a nossa própria. E uma vez marcados em nós, tornam-se insubstituíveis. Para sempre.

Para o ano voltamos para o "nosso sítio", porque quero que o meu bebé faça parte deste pedaço da nossa história, o das nossas memórias colectivas; o maior legado da família.

3 comentários:

A mamã vai casar disse...

Morro de saudades do Algarve!
Para mim, não há outro sitio com tantas memórias maravilhosas.

Vânia Ferreira disse...

As minhas memórias de vida.. de infância e adolescência e de adulta, vá.. Pertencem a Milfontes.... Foram lá vividos os melhores verões da minha vida... Até o meu pequeno baby S veio de lá em 2015 na minha barriguinha... Os meus verões desde então têm pertencido á Manta Rota, onde nada é "meu", mas também me tem acolhido muito bem. Em breve iremos pela 1ª vez a três a Milfontes, para o pequeno S conheça a terra que o viu ser "Feito".....

Pseudo disse...

Engraçado, o nosso sítio é precisamente Altura: a fruta do senhor Diamantino e da dona Eulália, o café diário e repetido no Cesar, os restaurantes Casablanca e Chaminé, praia a 5 minutos...boas memórias.:-)