terça-feira, 18 de abril de 2017

A Maternidade será sempre o meu tema


Olho para esta fotografia tirada no Domingo de Páscoa e rodeada dos meus filhos todos (está um a mais, não estão a contar mal!), e lembro-me das voltas que a vida dá e de como ela -a Vida- nos muda. 
Antes de casar pela primeira vez e antes de engravidar pela primeira vez, não me imaginava mãe. Sequer brincava com bonecas-minhas-filhas, apenas com bonecas-minhas-irmãs (sou filha única), ou com bonecas-minhas-amigas. Essa era a máxima confiança que lhes dava. 
Nunca desejei ser mãe com nenhum fervor especial e nem nunca precisei de pensar muito no assunto, porque provenho de uma linhagem de mulheres que consegue ter filhos tão naturalmente como a sede, de modo que a dificuldade-que-faz-crescer-a-vontade nunca existiu para mim. 
Só me senti "mãe" algum tempo depois de ter tido o meu primeiro filho, acho que porque ainda era muito "filha", e foi a duras penas que percebi o inevitável: que ser mãe é não ter sossego nunca mais. E não falo do desassossego físico, que com esse vamos podendo bem; falo do desassossego emocional, esse Amor incondicional que nos invade sem estarmos à espera, como uma onda gigante, que nos enrola e que nos faz engolir pirolitos, que nos dá um medo tremendo e que, esperamos nós, desemboca numa maré calma.
Volto a olhar para esta fotografia rodeada dos meus filhos todos, e vejo uma mãe de quatro mais sossegada, apesar de tudo. Já me deixei enrolar na onda gigante quatro vezes e tornei-me uma nadadora mais competente. Venho sempre à tona mais forte e infinitamente mais feliz.

7 comentários:

Unknown disse...

Tão lindo querida Marta.
Beijinhos para essa família maravilhosa.

Maria do Mundo disse...

Fabulosa, como sempre! Beijos|

macaca grava-por-cima disse...

... e mais magra :)

que caminho tão bonito, marta!

VerdezOlhos disse...

Mas que texto, constatação e partilha tão bonitos!
Obrigada por isso :) e parabéns pela mãe tão especial que és :)

Anónimo disse...

Boa noite Marta
Gosto muito da fotografia contigo e com os teus filhos. O Vicente parece mesmo um dos meus filhos. Teve uns sapatinhos iguais.
No entanto há algo que me parece "estranho", é esse sentimento de tentar dizer que agora é que estás a dar valor à maternidade. Desculpa, não quero ofender, mas com os teus filhos mais velhos deves ter tido muitas alegrias também. Às vezes dá ideia que nadavas noutra onda...
Tudo faz parte.
Beijinhos
Lua Azul

Dolce Far Niente disse...

Lua Azul, já escrevi sobre este tema muitas vezes, muito antes de estar grávida do Vicente. E já descrevi inúmeras vezes, desde que tenho o blogue, as imensas alegrias que os os meus 3 filhos mais velhos me têm dado. E os imensos medos e dúvidas, porque fazem parte. Não vejo razão para esconder isso e duvido que alguma mãe possa dizer que nunca os sentiu. E esses medos e dúvidas tb acontecerão com o Vicente, a única diferença que é a quarta vez e, portanto, lido de outra maneira.

nat. disse...

Quase que podia ser sobre mim...Tudo que dizes bate certo com a minha história, a única diferença é que tenho 3 filhos...