Juvenália de Oliveira Fotografia |
Olho para trás, agora com menos culpa que há uns anos, e vejo como a inexperiência e a imaturidade ditaram a mãe que comecei por ser do meu primeiro filho. Muitos medos, uma enorme ansiedade e a ingenuidade de achar que se me esforçasse muito, conseguiria atingir a perfeição. Claro que bastaram as primeiras horas com um bebé recém-nascido em casa, para perceber que estava a anos luz de ser perfeita, e muitos anos para me libertar da culpa de achar que falhara por nunca ter atingido esse "nirvana das mães": a perfeição.
Foram precisos quatro filhos e muitas mudanças na vida, para entender que fui sempre a melhor mãe que consegui ser para cada um deles em cada momento, e essa descoberta faz hoje de mim uma mãe mais pacificada. Reparem que não digo "menos culpada", porque nós, mães, temos isto: esta eterna veleidade de achar que somos o molde mais importante dos nossos filhos e que os nossos erros cravam-se-lhes na pele para a vida. Cravam, sim, mas nem sempre de forma negativa. A mãe que erra e que ama, ensina aos filhos que errar é humano e que o erro é independente do Amor. A mãe que erra e que ama, cria proximidade porque se humaniza. E dá a liberdade aos filhos de também eles errarem, sem que isso lhes retire mérito e confiança para irem testando os seus limites.
Com o passar dos anos, tenho aprendido a libertar-me da busca da perfeição e a ser eu própria, com todos os erros que isso implica. E à medida que o tempo avança, acho que vou preparando filhos mais felizes.
Com o passar dos anos, tenho aprendido a libertar-me da busca da perfeição e a ser eu própria, com todos os erros que isso implica. E à medida que o tempo avança, acho que vou preparando filhos mais felizes.
5 comentários:
Um texto perfeito! Obrigada
Excelente texto Marta. Bjs
Apesar de não ter 4 filhos (só tenho 2), penso que, aos 44 anos, já consegui assimilar que não serei nunca a perfeita e a ideal. Sou como sou, tento melhorar, mas, sobretudo, acima de tudo o amor.
Ao sermos quem somos, somos as mães perfeitas para os nossos filhos :-)
Lindo texto. Não sou mãe, mas cada vez mais acredito nesta "verdade", que se pode aplicar a outras situações e relações. Parabéns pelo caminho que está a trilhar.
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