quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Afinal, as mulheres querem falar sobre isto!


Depois de ontem ter assumido aqui que quero finalmente acolher os meus "brancos", e depois de ter criado o grupo de facebook Mulheres de Prata, fui surpreendida por uma quantidade enorme de mulheres que quiseram aderir ao grupo, quer porque já estão grisalhas, quer porque estão a entrar no processo, a pensar nele e a ganhar coragem, quer porque simplesmente se interessam pelo tema que, convenhamos, é muito mais do que pintar ou não pintar cabelos. A verdade é que ele mexe com muitas questões ao mesmo tempo: o envelhecimento, o preconceito e a pressão social, a liberdade de escolha, o conceito de beleza no feminino, a saúde, o medo da crítica e por aí adiante.
Não acordei um dia de manhã a advogar os malefícios das tintas no cabelo. Pinto o meu há mais de vinte anos e continuo a achar que o importante é sentir-mo-nos bem na nossa pele, de cabelo vermelho, branco, roxo, às bolinhas. No meu caso e nesta fase da vida, deixou de fazer sentido manter esta rotina: tenho o cabelo muito estragado, a tinta começa a requerer uma manutenção muito regular (demasiada!), e olho para o lado e vejo mulheres lindíssimas a acolher os brancos, as rugas, o corpo que o tempo e a vida lhes tem dado, com uma atitude que faz toda a diferença! Porque acredito mesmo que é uma questão de atitude.
A curiosidade em saber como está realmente o meu cabelo debaixo das tintas é enorme, e a perspectiva de deixar de me preocupar com as raízes brancas, um oásis.
Neste processo, só advogo uma coisa: a liberdade da mulher poder escolher os cabelos brancos naturais (se lhe apetecer), sem que isso queira necessariamente dizer que se desleixou ou que desistiu de si própria. Ao contrário, tomar esta decisão significa apostar em mim e naquilo que sou com menos artifícios, e ver como me sinto com isso.
Se irei gostar do resultado? Não faço ideia. Posso adorar ou posso voltar a pintar, se me olhar ao espelho e não me sentir confortável. Está tudo em aberto como, aliás, tudo na vida.

Se quiseres partilhar a tua história como "mulher de prata", se estás a pensar no assunto e precisas de um empurrão, ou se simplesmente queres saber mais sobre este "movimento prateado", junta-te ao grupo AQUI. Também podes seguir as Mulheres de Prata no Pinterest e inspirar-te com mulheres reais que decidiram acolher os "brancos". Tem sido uma estratégia maravilhosa para me motivar!

6 comentários:

Unknown disse...

Também vou ver se é desta, o shampô já comprei ��. E tal como tu, se não gostar, volto a pintar... Beijinhos e obrigada ��

Escrever Fotografar Sonhar disse...

Estou nessa onda desde Janeiro, a ver quanto tempo aguento... ;)

Catarina Ruivo Antunes disse...

Optei por não pintar, à semelhança do que a minha mãe também fez, adorava as madeixas brancas dela (uma vez pôs farandol, foi estranho e voltou aos brancos) e eu vou deixar os meus continuarem a aparecer e vou cuidar deles (com o shampoo azul) para não ficarem amarelos! ��

Unknown disse...

Ola Marta
Obrigado por abordar este tema tão importante e tão pouco falado.
Aos 37 surgiram os brancos, sem que eu desse por isso e fiquei a pensar que embora não fosse para já, teria de considerar no futuro ter de passar horas no cabeleireiro e ter de me tornar "escrava" das tintas para os poder disfarçar, nunca pintei o cabelo, nem mesmo em miúda porque sempre tive receio de perder o tom natural e é precisamente por este seu post que decidi que não vou pintar de todo, assumo os brancos que fazem parte da minha história e daquilo que sou.
Obrigado por isso e um bj para si e para toda a sua família
Ana Baptista

etcetal disse...

Olá

Nunca pintei os cabelos. Não gosto da dependência criada pelas raízes brancas pois não gosto do ritual da ida ao cabeleireiro.
No entanto, no passado, optei por madeixas. Mesmo muito fininhas e 3 tons intercalados - castanho um pouco mais escuro que o meu tom natural, loiro e ruivo. O branco ficava "espalhado" e lindo.
Disfarçava imenso as raízes brancas e quando optei por deixar definitivamente de fazer as madeixas foi mesmo muito tranquilo... não que não se tenha notado alguma coisa mas como os brancos já estavam misturado com os outros tons (gradualmente o branco foi sendo a cor predominante nas madeixas pois fui fazendo as madeixas mais espaçadas) foi muito tranquilo.

Que tudo corra bem mas é como diz... se não gostar pode sempre voltar a pintar.

Anónimo disse...

Marta,
Adoro essa posição de liberdade de escolha. Nunca pintei e acho que dificilmente o farei pelos maleficios para a saúde. Acima de tudo no meu caso é por isso, faz-me muita confusão fazer mal ao corpo, afinal só tenho este e terei que viver com ela para o resto da vida. É importante para mim pensar que (quase) tudo o que aplico no corpo poderia comer, porque há um processo de absorção inerente e inevitavel...
Quanto aos brancos, confesso que só não gosto da fase em que as mulheres deixam as raizes, não por preconceito mas porque acho mesmo feio, pouco elegante e nada feminino, mas claro são gostos. Para isso há descolorações e um dia está de uma cor no outro dia está ao natural, o cabelo agradece ;)
Que se veja sempre bem e feliz, isso sim é o mais importante!