Juvenália de Oliveira Fotografia |
Quando dei aos meus três filhos mais velhos um pai{drasto}, sabia que a chegada de uma {mãe}drasta era uma possibilidade e um direito. Alguém que, como o meu marido, lhes desse beijos e abraços, lhes aconchegasse os lençóis à noite, conversasse com eles sobre a vida, fosse para eles uma "figura de referência", um novo Amor na cadeia dos afectos.
Acho que o inevitável aconteceu e dou por mim a pensar como me sinto cá por dentro. Com ciúmes? Com medo de perder o meu "posto" ou o Amor que me têm?
Dou voltas e mais voltas e só sinto alívio. Um profundo alívio por sentir que ficam bem entregues e que são queridos. E a certeza de que andamos todos a fazer a coisa bem feita, porque vão e vêm felizes, porque ganharam "irmãos do coração", e porque nada mudou a não ser a soma de mais gente que os adora.
Que saibamos todos - mães, pais, padrastos e madrastas desta vida- ter a sabedoria para entender o lugar de cada um no coração das nossas crianças. Que nunca nos atropelemos, nem nos desrespeitemos em nome da saúde mental das nossas crianças. Que saibamos sempre salvaguardar o seu superior interesse, acima do nosso orgulho, das nossas feridas por sarar, dos nossos egos. Que não compliquemos e que sejamos felizes, porque pode ser simples. Assim tenhamos coragem para retomar as rédeas da nossa vida, qualquer que seja a nossa história.
8 comentários:
Invejo a tua maneira de reagir a tantas situações que só de pensar nelas fico sem saber como iria agir/sentir!... Parabéns!
Sabe, pensa da forma certa! Que sorte os seus filhos têm:)
Manuela
É como mãe(drasta) ou boadrasta como prefiro dizer, gostava muito que a mãe dos meus filhos de coração pensasse de igual forma. Infelizmente, não. E isso cria muitas vezes enormes feridas que custam sempre sarar.
bonito post, Marta. de quem tem o coração no lugar certo. :)
Lindas palavras! Tudo correrá bem se em primeiro lugar se puser o amor às crianças por quem somos responsáveis, sejam nossas ou de quem amamos.
Lindo texto! Gostava tanto que a frase " Superior interesse da criança" não fosse apenas um chavão e todas as mães/pais tivesse a sua capacidade amar/perdoar/aceitar.
Tudo de bom
Sou boadrasta. Já uma vez aqui escrevi que a nossa vivência é muito semelhante à sua. Vivemos todos com coração, com o bem estar dos nossos filhos (porque mesmo não sendo meus de carne, são meus filhos também) sempre em primeiro lugar. É tão mais simples e fácil viver assim, que não consigo entender as famílias refeitas que vivem em guerra... não consigo mesmo entender.
Joana
O que devia de ser tão simples pode tornar-se em algo doloroso. Bastava que os 2 progenitores não envolvessem a criança em guerras.
Durante muitos anos consegui manter uma relação cordial com o meu ex e com a sua companheira, mas infelizmente as pessoas mudam e estragam tudo.
Se a relação da minha filha com o pai não era a melhor passou a ser muito pior.
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