Quando era miúda vivia ao lado de um clube de vídeo. No tempo em que ainda só existiam cassetes VHS, em que os DVDs eram produto de ficção científica, e em que os programas da televisão ainda não andavam para trás.
Nesse tempo ido, regressada da escola logo a seguir ao almoço, alugava sempre o mesmo filme. Um filme que contava a história de uma mulher que decidia mudar de vida e reinventar-se. Passar a perna ao destino e reconstruir o seu caminho, num processo penoso, mas com final feliz.
Devo ter visto esse filme mais de uma dezena de vezes. Sabia as falas e os silêncios de cor. Acelerava e recuava, sempre que precisava rever algum momento. Curava-me de alguma coisa, ou preparava-me, silenciosamente, para o que haveria de vir anos mais tarde.
Há quem diga que as crianças repetem histórias até integrarem o que têm de aprender com elas.
Eu fazia o mesmo e não sabia.
Hoje já sei para que serviu, que há descobertas que só chegam com a idade.
3 comentários:
Mas podemos reinventarmo-nos várias vezes, ainda só vai na primeira...
e não é possível saber qual é o filme?
:)
M.
Também gostava de saber qual era o filme. Obrigada
Enviar um comentário