segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O futuro à distância de um filme

Quando era miúda vivia ao lado de um clube de vídeo. No tempo em que ainda só existiam cassetes VHS, em que os DVDs eram produto de ficção científica, e em que os programas da televisão ainda não andavam para trás.
Nesse tempo ido, regressada da escola logo a seguir ao almoço, alugava sempre o mesmo filme. Um filme que contava a história de uma mulher que decidia mudar de vida e reinventar-se. Passar a perna ao destino e reconstruir o seu caminho, num processo penoso, mas com final feliz.
Devo ter visto esse filme mais de uma dezena de vezes. Sabia as falas e os silêncios de cor. Acelerava e recuava, sempre que precisava rever algum momento. Curava-me de alguma coisa, ou preparava-me, silenciosamente, para o que haveria de vir anos mais tarde.

Há quem diga que as crianças repetem histórias até integrarem o que têm de aprender com elas.
Eu fazia o mesmo e não sabia.
Hoje já sei para que serviu, que há descobertas que só chegam com a idade.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mas podemos reinventarmo-nos várias vezes, ainda só vai na primeira...

Anónimo disse...

e não é possível saber qual é o filme?

:)
M.

Anónimo disse...

Também gostava de saber qual era o filme. Obrigada