terça-feira, 7 de maio de 2013

Dos nossos silêncios

Comecei a ler o livro "Nenhum Caminho será Longo - Para uma Teologia da Amizade", do Padre José Tolentino Mendonça, homem por quem me "apaixonei" na Missa de Sétimo Dia do filho de uma grande amiga.
Desde esse dia nunca mais estive perto dele, mas neste percurso interior que venho fazendo, tenho pensado muito na forma peculiar como me tocaram as suas palavras.
Regressei-lhe neste livro, que tem uma passagem que fala sobre a importância do silêncio na Amizade. E no Amor. 
Diz assim: "(...) Como é que percebemos que duas pessoas que não conhecemos são amigas? Pela forma como conversam? Certamente. Pelo modo como se riem? Claro que sim. Mas ainda mais por nitidamente abraçarem , com serenidade e alegria, o silêncio uma da outra (...) O silêncio é um vínculo que une (...)".

Revejo-me nisto agora mesmo, em silêncio que estou com o meu homem, os dois na sala.
Os miúdos já adormeceram {finalmente!}, e conseguimos ouvir o barulho doce do silêncio. Uma quietude que nenhum de nós tem necessidade de interromper, porque o nosso silêncio não é sinónimo de vazio, mas de cumplicidade.
Passo os meus dias a falar, a correr de um lado para o outro, a responder a tudo o que aparece, num sufoco desenfreado que só acaba neste preciso momento que, se pudesse, congelava por umas horas.
E dou por mim a pensar que o Amor {e a Amizade verdadeira}, também é isto: um porto seguro ao final do dia. Um porto seguro pleno de silêncios cheios.


MM




3 comentários:

Frida Kahlo disse...

gosto tanto! Também sempe achei que o silêncio mede mais a cumplicidade do que o que se fala e o se diz. GOstei.

Anónimo disse...

a 200% de acordo, consigo e com o Sr. Padre... acho que 2 pessoas que conseguem partilhar silêncios são pessoas para a vida...as almas falam!
votos de muitas felicidades.
GFF

Marisa Luna disse...

É verdade!!
Comigo também é assim e isso dá-me a certeza de que estou com o homem certo!
Beijocas