terça-feira, 11 de outubro de 2011

Lições de Vida

O início do ano lectivo é pesado para pais e para filhos.
É o re-início das escolas, das actividades extra-curriculares, das novas rotinas, dos novos professores, das novas matérias.
Não fossem os horários dos petizes pendurados no frigorífico, a sanidade mental que ainda me vai restando, e a colaboração preciosa dos avós , estaria inundada de recados, reuniões, convites e afins, aos quais não conseguiria dar resposta.
Talvez seja por isso que, nos últimos dias, dou comigo adormecida na sala a partir das 10 da noite, de televisão ligada, de baba a escorrer no sofá, e com a sensação de que levei uma marretada na cabeça. Adormeço sem dar conta, e acordo do mesmo modo - em piloto automático. O mesmo que me leva direitinha para a cama, num processo próximo do sonambulismo.
E é nestas alturas de maior desgaste, que aprendemos as maiores lições. Ontem à noite, o meu filho Vasco, de 7 anos, estava tão exausto quanto eu. Depois de um dia de escola exigente, e das exigências que vai impondo a ele próprio, esteve comigo numa reunião com o professor de Piano, que durou até depois das 8 da noite.
Chegado a casa, derreado e com fome, achei por bem sugerir-lhe que não fizesse os TPC. Ou que não os fizesse todos. Eu justificaria devidamente, na Caderneta.
Só que o meu filho não foi feito para prevaricar. Pelo menos na Escola.
Fez o que pôde até ao jantar.  E o resto logo depois. Já os irmãos (e eu própria), sucumbíamos ao sono.
Admirei-lhe a persistência e o sentido de responsabilidade. Mesmo na exaustão, em que sei que estava.
Apeteceu-me dizer-lhe que a vida nem sempre é para ser levada tão a sério, mas não posso.
E até que ele aprenda a lição, às suas custas, aprendo eu com ele.
Que o cansaço não justifica tudo. E que mesmo na exaustão, há coisas que não devem ser adiadas.

MM