A família e o barulho acabam de sair. A casa volta a mergulhar num silêncio bom, quase morno, que me ajuda a organizar os pensamentos ainda baralhados da noite mal dormida, para não variar.
Já conheço as madrugadas do meu quarto de cor, todas as expressões e posições do meu marido ao meu lado, e até as do gato, aos pés da nossa cama.
Não me lembro de ter dormido tão mal nas minhas outras três gravidezes, mas descubro que o tempo é demolidor e que consegue apagar muita coisa que não queríamos que desaparecesse. Dos meus filhos, tem roubado uma série de memórias, mas já não me culpo. A culpa é do tempo, não é minha.
[boa sexta-feira]
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