terça-feira, 4 de março de 2014

A vocês, que sempre estiveram por cá

Hoje tive cá em casa um casal de amigos de longa data. Conheceram-me ainda solteira, enquanto lhes dava aulas de dança num ginásio perto de casa. Há uma vida atrás, portanto.
Foram eles que me levaram à maternidade quando rebentaram as águas do meu primeiro filho, foram eles que me visitaram vezes sem conta na gravidez de risco do segundo, e também foram eles que me acompanharam nas alegrias da terceira. Quando soube que iria, finalmente, ser mãe de uma menina.
Nos períodos conturbados da maternidade de primeira vez, vieram muitas vezes fazer-me o jantar, e muitas vezes prescindiram de um programa romântico a dois para ouvirem um bebé chorar horas a fio, com cólicas, e para me relembrarem {apenas com a sua presença}, que continuava a haver vida lá fora, apesar da depressão pós-parto que só agora {passados doze anos} reconheço que tive.
Quando me separei, mantiveram-se de pedra e cal e souberam sempre alimentar a amizade comigo e com o pai dos meus filhos {de quem também continuam amigos}, com a generosidade e a inteligência que nem toda a gente teve. 
Acolheram o meu homem com a hospitalidade de quem acolhe o amigo de um grande amigo, e quando estamos todos juntos {como hoje}, esqueço-me que já viveram esta família num contexto diferente, porque os contextos não interessam nada quando a Amizade se sobrepõe.

A vocês {que sabem quem são}, agradeço a permanência e a constância.
E relembro que estarei aqui sempre e em qualquer circunstância, como estiveram para mim. Em todas elas.


1 comentário:

Frida Kahlo disse...

tão bonito! Mas isso mais não é do que a amizade verdadeira e das boas, boas. Nada que não mereças.