quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sempre gostei de comer [?]

Sempre gostei de comer. 
Mentira. 
Fui uma "pisca" nos primeiros anos de vida e sei que fiz a cabeça da minha mãe em água, tal era a dificuldade em convencer-me a ingerir o que quer que fosse. Não gostava de leite {e continuo a não gostar}, e não havia quase nada que tivesse prazer efectivo em comer. 
Hoje em dia, quem me conhece tem sérias dúvidas em acreditar nisto, que o meu conceito de "la dolce vita" passa pelo prazer da boa mesa. Rodeada de bons amigos, de preferência. E de boas conversas.
O exercício que vou fazendo {motivada por amigas bem mais focadas que eu}, tem apenas um propósito: permitir-me continuar a comer com descontração. Liberta do peso da culpa e disponível para apreciar sem problemas de consciência, um bom jantar e um bom vinho. No outro dia, alguém dizia que era um prazer ver-me comer, simplesmente porque não me privava. Privo-me sim, mas em privado.
De facto, quem me vê comer socialmente, acha estranho que não aumente de peso desmedidamente. Como depressa demais e sou ávida e sôfrega quando se trata de um prato que adoro {e acreditem, tenho vários}.
No entanto, nunca é demais repetir que há cuidados que tenho no dia-a-dia e que são essenciais neste "equilíbrio instável" que vou estabelecendo, todos os dias, para mim própria:
Não tenho bolachas em casa {Maria e pouco mais}.
Não bebo refrigerantes {e odeio Coca-Cola}.
Prefiro chocolate negro {sou viciada em chocolate de cozinha Pantagruel}.
Abuso do chá ao serão {lúcia-lima com erva príncipe, o meu preferido}.
Cada vez como menos carne em casa {e quando o faço, aposto nas carnes brancas}.
Posso passar semanas inteiras a jantar pratos de legumes, couscous e massa com molho de tomate {este último, a minha comfort food de sempre}.
Só cozinho com azeite.
Evito pão branco.
Nunca vou ao supermercado com fome {conheço-me e sei que seria uma catástrofe}.

Tenho para mim que "la dolce vita" tem sempre um preço e desengane-se quem achar que há milagres neste esforço de manter o peso {e olhem que não estou a falar de emagrecimento, isso é outra história}.
No meu caso, há regras diárias de há muitos anos. Tantos, que já me esqueci que são regras, porque fazem parte do meu estilo de vida. 
Sou amante da boa mesa e da dolce vita, sim. Mas para que os prazeres se mantenham um prazer, tenho duas máximas:
1. Nos momentos certos, aproveitá-los até ao tutano, sem limitações e sem culpa;
2.  Nos outros todos, ter juízo.

{Mãe, este post é para ti. Obrigada pelos ensinamentos de sempre}

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