terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Detox forçado!


Estou há um mês sem acesso às redes sociais no telefone, o que tem implicado um valente "detox virtual".
Tem sido um caminho de descoberta, porque é quando certas coisas nos faltam, que percebemos a importância que tinham na nossa vida, e quando descobrimos se esse papel vital nos fazia bem ou nos fazia mal.
Acredito que não vos conto nada que também não reconheçam. Passava a vida agarrada ao telefone a ver as notificações cair, a apreciar fotos das pessoas que me inspiram e constantemente à espera de feedback positivo. Na verdade, as redes sociais fazem isso por nós: colocam-nos, a todos, à distância de um click, fabricam heróis e vilões à velocidade da luz e, em dias bons, sobem-nos o ego com uma pinta do caraças.
Não quero demonizar o processo, porque faço parte dele e continuarei a fazer. Gosto do exercício da partilha, e é através dela que exorcizo muitos fantasmas e refaço a minha história interior. O problema está naquilo que deixamos de fazer em nome de um certo exercício narcísico e voyerista que as redes sociais implicam. O problema está quando o que se passa no écran ganha mais importância do que aquilo que se passa na vida real, e aí sim, é preciso dar um passo atrás e ganhar perspectiva.

Ontem, pela primeira vez, assisti ao treino de Taekwondo do meu filho Vasco, com princípio, meio e fim, sem écran. E se vos disser que ganhei o dia, não vos minto.
Acredito que o Universo tem formas criativas de nos dizer coisas. Basta estarmos atentos aos sinais.

1 comentário:

A TItica disse...

Já li algo assim que me sensibilizou... Uma mãe quando lhe acabou a bateria do telefone percebeu quantas vezes o filho olhava para ela no treino de futebol... ficou-me registado!!