terça-feira, 12 de abril de 2016

Esqueletos fora do armário


Aos poucos e à medida que o nascimento do Vicente se aproxima, os meus filhos vão metendo os seus esqueletos fora do armário, que é o mesmo que dizer, vão começando a verbalizar os medos que os visitam.
A minha filha tem para já, três fantasmas a descoberto:

1. Que eu e o Rui deixemos de lhe dar atenção depois do mano nascer;
2. Que a sua festa dos 9 anos possa ser ofuscada pelo nascimento, já que se prevêem os dois acontecimentos quase para a mesma altura;
3. Que o pai não leve o Vicente consigo e com os outros irmãos aos fins-de-semana.

A minha resposta aos dois primeiros medos foi mais fácil. Já a terceira depende de muitos factores, de muitos estados de alma e de uma "gestão dos crescidos" que se vai fazendo aos poucos. Com calma e sem stress.
A verdade, é que não sei como vai ser. Não faço ideia. Já vi famílias em que o pai leva os filhos e irmãos destes nalguns fins-de-semana que lhes pertencem, e outras em que essa realidade tem sido impossível.
Quero acreditar que tudo tem o seu tempo, esse "tipo porreiro" que apazigua muitos males e que tem como missão repor as coisas no lugar certo e na altura devida. E não há soluções a granel que caibam em todas as famílias. Para além disso, e tal como tenho feito em tudo o resto, acredito que não vale a pena antecipar nenhum cenário, porque a vida encarrega-se de me mostrar que consegue ser bem mais criativa do que eu, e bem mais sensata, já que tem sabido, com mestria, arrumar os meus fantasmas sem guião pré-definido, mas no timing perfeito.

Disse à minha filha que não sabia ainda responder à terceira questão. E fi-lo com a tranquilidade de quem acredita que não precisamos conhecer o fim da história para confiar no enredo. Basta-me saber que conta com as personagens certas no cenário perfeito.


1 comentário:

Anónimo disse...

A Marta está como a camisa que trás vestida, GIRA QUE SE FARTA
AG