sábado, 7 de janeiro de 2012

Companheiros de Jornada

A propósito deste movimento migratório a que vimos assistindo ultimamente, lembro-me que houve uma fase na minha vida recente (embora já noutra vida, volto a repetir), em que quis muito sair de Lisboa. Muito.
Hoje percebo que não era de Lisboa que queria sair. Porque se há cidade que amo, é a minha.
Gosto da luz, do rio, do bairrismo de alguns bairros lisboetas, gosto porque sim.
Queria sair da vida que pesava, da rotina de que não gostava, do desencanto que nos vai minando por dentro e que nos pode fazer adoecer, se não dermos conta a tempo.
E se antes invejava quem fazia as malas e partia (não interessava para onde), hoje pesar-me-ia deixar esta vida que trago (como diz a Mariza), e zarpar.
Talvez porque agora, zarpo de outras maneiras. Que é como quem diz, levo a vida sonhada.
Se não há pedras no caminho? Vão havendo.
Mas todas as viagens são tempestuosas nalguns momentos.
É só preciso saber escolher bem "os companheiros de jornada".

MM