quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Uma Vida Inteira

Há dois dias, vi uma reportagem na televisão sobre Violência Doméstica.
Apesar de ser Assistente Social, e de já ter testemunhado muitas expressões da fragilidade humana, é sempre inquietante ouvir os números: 14 mulheres assassinadas por maridos, namorados ou companheiros, desde o início do ano, até Agosto. Em Portugal.
Isto leva-me a pensar no que vejo e ouço à minha volta. Mesmo pertinho. Algumas amigas que desculpam todas as desfeitas e impropérios aos parceiros (que de parceiros têm muito pouco), e que se sujeitam a abusos de muitas espécies, em nome do amor. Ou em nome do medo da mudança e da solidão. Isto para não falar do medo da  incapacidade de subsistência, porque, às vezes, também é disso que se trata.
Respeito todas as razões, porque é muito fácil criticar o alheio. Mas acredito que é mais difícil viver infeliz uma vida inteira. Ou com medo uma vida inteira.
Porque uma vida inteira, é muito tempo. E porque, para demasiadas mulheres, a vida inteira é curta demais.

MM