terça-feira, 19 de julho de 2011

A Barricada

Hoje os meus filhos passaram o dia fora. Pela 1ª vez desde que estou no Algarve, pude desfrutar de praia sem crianças, seguida de umas ameijoas à Bulhão Pato, regadas de uma imperial fresquinha na Restinga, o restaurante junto à praia, que invejo sempre que o atravesso para chegar ao carro, cheia de miúdos e de sacos e de toalhas e de todo o tipo de ferramentas que se enterram na areia.
Sentados na esplanada da Restinga, costumam estar dois tipos de casais - aqueles novinhos, imagino recém-constituídos, que trocam olhares lânguidos e arrastados e têm cara de quem tem todo o tempo do mundo para se adorarem; e aqueles com uma idade mais respeitosa, que já despacharam os filhos há uns anos e que são mestres na arte de despachar os netos, e que ali permanecem toda a manhã, a ler o jornal. Costumo invejá-los, a todos. E hoje fiz parte desse cenário, com umas quantas mães a passarem por mim sentada na esplanada, carregadas de filhos e de parafernálias diversas... que prazer bestialmente egoísta!! Hoje estou deste lado da barricada, minhas amigas!
Ainda passeei pelo areal e fui até ao molhe. Apanhei conchas e búzios, revisitei a Ria de Alvor e, com todo o tempo do mundo, fotografei o que me apeteceu. Dia perfeito, Marta! Mereces, mereces, mereces!!

E quando as crianças chegaram, cansadas e melosas, pensei que sou a mulher mais feliz do mundo. Amanhã volto aos sacos, às toalhas e às ferramentas que se enterram na areia, mas já sem mágoa nem inveja. 
É muito bom estar deste lado da barricada... (e às vezes pular para o outro).


MM