segunda-feira, 3 de abril de 2017

Os Pais são o País dos filhos!



Na língua portuguesa, as palavras "Pais" e "País" só diferem no acento e no meu dicionário, não é por acaso. Todos os Pais com letra maiúscula devem ser o País dos filhos, um território que dá sentido de pertença, que constrói a identidade, de onde às vezes se foge para conquistar outras terras, mas para onde se regressa sempre, porque ele é a origem de tudo e a explicação para grande parte do que somos.
Este País que são os "bons Pais para os filhos", não se desvanece quando acontece uma separação. Ou por outra, não se deve desvanecer. Bem sei que há guerras que partem Países ao meio e que fragmentam tudo até restar quase nada, mas pergunto-me se é isso que queremos fazer aos nossos filhos: quebrá-los até restar muito pouco. A guerra entre Pais é tão avassaladora como a guerra de um País, porque também pode ferir de morte e matar (ainda que aos bocadinhos), e deixa cicatrizes, umas a céu aberto e outras que não se vêem, mas que duram uma vida inteira.
Que todos os Pais tenham a noção de que são o País dos filhos, sem barricadas impostas à custa de uma separação. As fronteiras dos pais separados são somente dos próprios, porque os miúdos circulam livremente nesse espaço geográfico que se chama "Amor" e que lhes pertence por direito, eternamente.

2 comentários:

Maria do Mundo disse...

Eram tão bom que todos os miúdos assim pudessem circular...infelizmente trabalho com miúdos a quem são impostas muitas fronteiras que não podem ultrapassar.

Graciete disse...

Olá,
Não consigo perceber os pais que fazem de tudo para atacar o 'ex' usando os filhos. O amor incondicional que normalmente apregoam não se vê nestes gestos.

Quando me divorciei, "combinei" com o pai dos miúdos que eles estariam sempre em primeiro lugar. Já lá vão 8 anos e tem sido sempre assim. Ninguém diz que são filhos de pais separados. Pois sempre tentámos, julgo com bastante sucesso, que sofressem o menos possível. Hoje, cada um de nós refez a sua vida com outra pessoa, já existe mais uma criança de cada lado, e estamos com alguma frequência, juntos. Arrisco-me a dizer, que todos somos felizes. :)