sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Vamos cortar no açúcar? [o meu desafio familiar deste ano lectivo]


[fotos de alguns dos nossos pequenos-almoços familiares sem açúcares adicionados]


Cresci com a minha mãe a dizer-me que o excesso de açúcar fazia mal. Cresci sem iogurtes de sabores, sem bombocas, sem sumo Tang, nem Sumol, sem bolos na lancheira da escola nem aos Domingos à tarde, e sem bolachas, rebuçados e sugos na despensa da cozinha. E cresci bem. Às vezes, zangada com a minha mãe por não ter acesso ao que a maioria das minhas amigas tinham mas, na maioria do tempo, confortável com a minha alimentação. Afinal, não conhecia outra.
Quando comecei a fazer as minhas próprias escolhas {na altura da adolescência}, tive de experimentar tudo aquilo que me fora vedado na infância. Comi Bollycaos e folhados de chocolate nos intervalos das aulas, abandonei os iogurtes simples e comi fritos pela primeira vez.
Já adulta e mãe de filhos, e embora sem fundamentalismos alimentares, mantive fora da despensa as bolachas e os bolos,  os refrigerantes, e outros tantos açúcares que deixava os meus filhos comer, apenas em ocasiões especiais {"dias de festa", como lhes chamava}.
Mas foi depois de ter sido mãe pela quarta vez, de ter feito uma reeducação alimentar com a Clínica do Tempo e de ter, finalmente, tomado consciência de que o meu tempo por cá não é infinito, que decidi fazer algumas mudanças de fundo, a começar pela minha alimentação e pela da minha família.
Eu e o meu marido deixámos de comer hidratos de carbono à noite {e andamos a evitar o trigo, sempre que podemos!}, e estamos a tentar reduzir drasticamente o açúcar à família inteira, tarefa que não tem sido fácil para quem tem miúdos de 14, 12 e 9 anos em casa.
Com eles, o nosso plano foi fazê-lo aos poucos, sem dramas nem fundamentalismos. Até porque nestas idades, a imposição começa a ser uma "não-estratégia", já que os dois rapazes têm autonomia para fazerem as suas escolhas alimentares fora das minhas asas. Em bom rigor, na hora da verdade cabe-lhes escolher entre um croissant com doce de ovos e um snack saudável, porque nem sempre estou lá para dizer de minha justiça. 
Temos ido aos poucos. Começámos por cortar os cereais de pequeno-almoço, o que quase levou a um motim cá por casa! Depois passámos a investir nas panquecas {que eles adoram!}, com quase nenhum açúcar e com farinhas alternativas à de trigo. Mudanças que nem sempre apregoamos em voz alta, mas que lhes vão alterando o palato aos poucos. No outro dia, o Vasco dizia que com esta nossa mania de cortar no açúcar, já achava alguns alimentos demasiado doces.

Apesar dos avanços e recuos, vamos continuar este desafio cá por casa, devagarinho, até porque acredito que seja um dos melhores investimentos que podemos fazer pelas nossas crianças e jovens.
Mais alguém alinha?

PS: Para encontrarmos receitas saudáveis e que os miúdos gostem, temos recorrido às receitas da Joana Moura. De resto, temos dado asas à nossa imaginação!


2 comentários:

Sofia disse...

não tenho filhos mas tenho feito essa mudança na minha alimentação.

acho que só me dei conta de como o meu paladar está diferente quando, em casa dos meus pais, provei um bolo que todos elogiaram de forma efusiva.
logo na primeira dentada percebi que não o iria conseguir comer. estava demasiado doce. reclamei... mas a única opção foi mesmo deixá-lo no prato.
foi a opção nesse dia e vai ser sempre pois a minha mãe não vai reduzir o açúcar dos seus bolos só porque a filha mais nova diz que estão demasiado doces... quando o resto da mesa diz que está ÓPTIMO! :(

Cristina Pedro disse...

Eu. Mas preciso de ajuda com as receitas :)