segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Felicidade



Juvenália de Oliveira Fotografia
Se a felicidade é adormecer todos os dias grata pelo que a vida me tem dado, e acordar todas as manhãs, com um friozinho no estômago por tudo o que há-de vir, então sou uma mulher feliz.
Tenho os meus dias, os meus achaques, as minhas frustrações pessoais. Tenho os meus medos e os meus papões colados a mim como lapas, as minhas fraquezas crónicas, as minhas inseguranças, as minhas áreas cinzentas e o meu lado sombra. 
Apesar disso, também tenho uma tendência natural para ver o copo meio cheio, e acho que essa é a característica que me molda o espírito e que me faz a vida. 
Acredito que todas as histórias têm um final feliz, assim consigamos perceber-lhes o sentido, e tenho uma fé inabalável no ciclo da vida, esse que às vezes nos empurra para os becos escuros, mas que logo a seguir, como numa onda, nos traz à tona, mais fortes que antes.
Sei {não sei como nem porquê}, que a minha história será feita de sucessivas vitórias e não me importo que me achem ingénua ou convencida com esta certeza inabalável. Morro de medo de tudo, mas lanço-me no que acredito, como num mergulho de cabeça, e espero que nalgum momento, seja épica e romanticamente salva por aquilo que é maior que eu. E tenho sido. Um colo grande que me ampara as quedas e um braço forte que me atira ainda para mais longe.
Não sei onde esta vida me irá levar. Prestes a concretizar o sonho de ser mãe pela quarta vez, tenho já a cabeça repleta de projectos que quero cumprir, de viagens que quero um dia fazer, de desafios que me imagino alcançar, mas que ainda são só um mero reflexo no espelho. E depois, penso que a mulher em que me tornei também já foi projectada no espelho há uns anos atrás. E assim, movida por esta insanidade boa, faço-me à vida cheia de medo.