quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Perdoem-me os balanços, de vez em quando...




A vida nem sempre corre como esperamos. Porque tem vida própria e nos finta o guião cor-de-rosa, ou porque somos nós que lixamos o figurino. Em qualquer das hipóteses, são poucas as vezes em que acaba tudo como começou: o mesmo marido, os mesmos amigos, a profissão que tínhamos em mente. A meio do trilho, alguém sai de casa, há "amigos do peito" que ficam pelo caminho e, não raras vezes, não nos tornamos os professores, médicos ou advogados que sonhávamos em criança.
Há quem paralise perante este cenário de instabilidade latente e universal. E depois, também há quem arregace as mangas e reescreva o seu próprio guião, a lápis de cor.
Tenho madrasta, padrasto, marido e ex-marido. Tenho um gato psicopata chamado Dexter, três filhos na idade do armário ou a caminho, amigos loucos como eu, e mais personagens tivesse, continuaria numa espécie de novela mexicana, que me tempera o espírito e me enriquece a vida.
Se a minha existência podia ter sido mais certinha, podia. Mas o que faria sem a elasticidade que esta malta me deu? Desfazia-me em cacos.

Sem comentários: