sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Missão "deitar cedo e voltar a rir-me de manhã"

Hoje, acabada de acordar, depois de uma noite bem dormida

Quem vai lendo este blogue sabe que ando a dormir mal há muito tempo. Vou tendo noites piores que outras, condicionadas pelo meu gato caprichoso, sendo que há cerca de um ano a esta parte que é raro dormir uma noite seguida, porque a partir das cinco/seis da manhã, o bichano acorda para a vida e pouco tenho a fazer.
Se há manhãs em que ando mais ou menos bem-disposta, há outras em que só me apetece chorar, porque a privação de sono é das coisas que mais me perturba o humor. Já quando os meus filhos eram bebés, dormir pouco foi o que mais me custou a ultrapassar.
Eu e o meu homem temos falado muito sobre isto, umas vezes a brincar e outras mesmo a sério, e juro que já ponderámos muitas alternativas de resolução do problema, umas mais maquiavélicas que outras, confesso. Há madrugadas em que tenho vontade que o gato desapareça para não mais voltar e já cheguei a ter sonhos sinistros, em que me transformo numa máquina assassina perita na morte destes felinos. Nada que não se resolva com um abatanado cheio e uma torrada de manhã, mas ainda assim, não deixa de ser preocupante.
A verdade é que gostamos do bicho, porque já faz parte da família e porque os meus filhos lhe têm um amor incondicional, que chega a emocionar o meu coração empedernido das noites mal dormidas. Tratam-no por "amor", e dizem que é o único filho que eu e o Rui temos em comum, o que bem vistas as coisas, não deixa de ser um bocadinho verdade. 
Posto isto, pensámos em resolver a situação com a racionalidade que nos é possível, e confesso que este desafio da Catarina me fez pensar que posso reverter este constrangimento a meu favor. Porque não passar a acordar mesmo mais cedo e tornar esse tempo produtivo? Posso ir correr {já o fiz durante as férias, às seis e meia da manhã, e foram as melhores corridas dos últimos tempos}; posso tomar o pequeno-almoço com calma e prepará-lo para a minha família com esmero, como toda a vida quis fazer e nunca fiz; posso escrever posts; posso arrumar a cozinha e dar um jeito na sala; posso tomar um banho mais demorado; posso redefinir prioridades enquanto nasce o sol na minha varanda; posso, posso, posso. É tempo ganho e é tempo de qualidade, porque a casa e o mundo dormem e porque ninguém me chateia, o que só por si, é tentador. Em pelo menos uma hora do meu dia, torno-me verdadeiramente dona do meu tempo e isso, juro que me entusiasma. O gato não me deixa dormir? Ok, toca a acordar!
Isto implica, naturalmente, uma disciplina que não tenho, e que passa por me deitar mais cedo. Daí termos pensado {digo "termos", porque o meu homem está ainda mais entusiasmado com isto do que eu!}, em assumir o desafio de irmos dormir até às 11H, no máximo e numa primeira fase. A ideia conjuga-se com o biorritmo do gato, que passa todo o santo serão a dormir.
Ontem foi o que fizemos, e vos garanto que acordei de alma lavada.
Darei conta dos novos episódios desta novela.

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