Queremos livrar de todos os males as pessoas de quem gostamos. E nem sempre queremos fazê-lo pelos motivos mais nobres, convenhamos. É certo que não gostamos que sofram, que se angustiem, que batam com a cabeça nas paredes. Mas a verdade pura e dura é que não queremos sofrer por elas. A nossa sanidade mental depende da sua estabilidade, lucidez e da sua simples existência, e vê-las tombar de vez em quando, mina a nossa própria noção de segurança e, às vezes, a nossa identidade.
Ainda assim, esta razão menos nobre esconde o Amor profundo que lhes temos e a certeza de que a sua fragilidade nos fragiliza. E se isso não é Amor, o que será então?
Queremos livrar de todos os males as pessoas de quem gostamos. E a pior dor de todas, é esta impotência para fazer desaparecer os fantasmas que não são nossos, mas que nos assombram da mesma maneira.
Sem comentários:
Enviar um comentário