terça-feira, 17 de março de 2015

Dia de merda, este

Dia de merda, este, em que vi o que é meter a vida, à pressa, dentro de sacos, e partir sem conhecer o destino e sem poder mexer nele.
Dia de merda em que vi o que é decidir, em pouco mais de meia hora, o que se leva para além da roupa do corpo. Em que se chega a um limite sem retorno. Em que não há nada, nem ninguém que dê um afago, um abraço, um "vai ficar tudo bem", porque não sabemos se vai ficar tudo bem.
Dia de merda, este, em que assistimos ao desenrolar de uma evidência, sem podermos fazer mais do que acompanhar na escolha dos pertences, da escova de dentes, de um cinto, de um par de sapatos, de umas mudas de roupa. 
Dia de merda, este, em que nos deparamos com os limites disto tudo. E principalmente, com os nossos.

3 comentários:

Tânia Tobias disse...

Olá,
Infelizmente estamos a assistir cada vez mais a estes tristes cenários... por aqui também se vivem tempos difíceis... por isso é que continuo a achar que a profissão de Assistente Social é cada vez mais nobre.. um abraço solidário e coragem para continuar em frente.

Fio a Pavio disse...

Não sei o que se passa mas daqui segue um abracinho forte e carregado de afecto <3

Escrever Fotografar Sonhar disse...

não resolve, mas para quem está só, o simples "acompanhar" vale ouro.
bjs