sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Silêncio

Os miúdos acabaram de sair e a casa cheia e barulhenta de há dois minutos, aterra num profundo silêncio.
Não vou mentir. O silêncio que se instala é precioso e retemperador, mais ainda, num dia demolidor como o de hoje. Quem trabalha na área social, como eu, sabe como as sextas-feiras à tarde podem ser um bico de obra. Todas as situações "cabeludas" têm tendência a surgir, como cogumelos, antes do fim-de-semana. 
Ainda assim, e apesar do descanso que este silêncio traz, há um certo vazio que se instala. Uma ténue sensação de perda que o tempo vai ajudando a adormecer e que, aos poucos, se vai tornando latente, depois suportável e, algumas vezes, libertadora.
Já me conheço e sei como a coisa funciona: hoje estarei de ressaca, amanhã acordo revigorada e no Domingo volto a cair num vazio de que o meu homem me tira com mimos, comida caseira e planos para a semana.
Sejam felizes.

[Amesterdão, Maio 2014]

Sem comentários: