Manhã em slow motion

A minha filha ainda dorme. Passou a noite sem febre e aproveita, finalmente, o descanso merecido.

Acordei partida da corrida nocturna de ontem, ajudei o meu homem a preparar os putos para a escola, e vim para a cozinha fazer papas de aveia e "café da avó", como chamo à água suja que faço numa cafeteira. E que me sabe pela vida.

Aproveito estas primeiras horas da manhã em completo silêncio, sem Disney Channel aos berros, nem constantes pedidos de atenção.

Gosto de a ter ali. Resguardada do frio, da chuva, do mundo. Gosto muito, que dói. Gosto baixinho, que há segredos que não se contam.

Mas a vida não se vive resguardada de nada. E é para isso que a preparo. Todos os dias.

E é para isso que me preparo. Sempre.