A ver a vida ao contrário

Dou por mim a pensar que me tem faltado tempo para mim. 

Organizo os dias em função de obrigações que se sucedem, de forma cadenciada, umas depois das outras. Às vezes {tantas vezes, vezes demais}, sem tempo para respirar.

Noutros momentos, contudo, sinto-me ridícula por pensar nisto desta forma. Por ver um problema onde afinal há um mar de soluções, já que o tempo que parece não me pertencer é o que passo com as três criaturas que me constroem um bocadinho mais, todos os dias. Ou o tempo que tenho ultimamente passado a estudar, a fazer baterias de testes e actividades, a acertar agulhas para o fim último: caminhar sempre na direcção de mim própria.

Ando a ver a coisa ao contrário, afinal. A focar o copo meio vazio, quando é a metade cheia a única que me mata a sede.

Tonta.