domingo, 10 de agosto de 2014

Dolce far niente ameaçado!

Bem sei que nos dias que correm, ter uma fada do lar que nos ajuda é um privilégio. Um privilégio que sai caro, mas que me permite chegar a casa às segundas, quartas e sextas-feiras em paz e sossego, porque tenho a casa aspirada, a cozinha reluzente e os brinquedos dos miúdos nos sítios certos. Um privilégio que contribui para a minha sanidade mental e para a da família inteira, que não apanha com o mau-humor de uma mãe em brasa.
Acontece que a nossa A. não voltará mais. Ossos do ofício de quem não pode cobrir propostas salariais ambiciosas. 
Assim, e nas segundas, quartas e sextas-feiras que se avizinham, deixarei de contar com o paraíso à chegada a casa. E a minha família, muito provavelmente, deixará de contar com uma mãe leve ao final do dia, que haverá um território em estado de sítio do outro lado da porta, para ser exterminado.
Ainda assim, e porque o meu copo é normalmente meio cheio, quero acreditar que esta situação irá contribuir para algumas mudanças de fundo. Mudanças que vamos, aos poucos, integrando na nossa dinâmica familiar, mas que nem sempre pomos em prática, porque em três dias na semana as camas apareciam miraculosamente feitas, os elásticos coloridos da moda apanhados do chão e os copos de iogurtes magicamente enfiados no caixote do lixo dos plásticos.
A partir de agora, e mais do que nunca, é preciso enfiar na cabeça dos miúdos que uma família é uma equipa e que numa equipa vencedora, todos contribuem. 
Avizinham-se dias difíceis. E amanhã, começa o primeiro.


1 comentário:

Isabel Patrício disse...

Boa Sorte!! Pensem bem; se calhar repensando algumas prioriidades pode-se fazer qq coisa do tipo: 2 x por semana. A familia é grande , qq dia começam as aulas, e a sanidade é muito importande!! Exprimenortea e boa sorte!