domingo, 14 de julho de 2013

A minha {segunda} cidade

Venho passar férias a Portimão desde sempre. 
Desde o tempo das idas à praia da Torralta com o meu avô Garcia, do Bolo de Mel da minha avó Auzenda e do chá de limão e das torradas, na esplanada da Fortaleza.
A nostalgia da infância leva-me todos os anos a passear pela rua das lojas da cidade e a lembrar o barbeiro do Sr. Camilo, o jardim onde brincava pela fresca, a Casa Inglesa e a casa dos meus avós maternos onde, no terraço, o meu avô Quim me mostrava a sua cultura de malaguetas. O melhor piri piri dos arredores.
Há muitos anos que não tenho avós para visitar. Apenas os lugares e os cheiros que me trazem partes da sua existência em mim de volta.
E todos os anos, quando regresso a Lisboa, levo comigo a alma cheia de lembranças boas, recordações felizes que construíram parte da mulher que sou hoje. E que lhes agradeço.
Acredito que as agruras da vida só destroem aqueles que não se sentiram suficientemente amados nalgum momento precoce da sua existência e, por isso mesmo, sou uma mulher afortunada, que tive quilos de amor. Muitos deles por esta cidade. A cidade que traz a minha infância de volta.

MM


1 comentário:

Anónimo disse...

Post tão bonito! Comoveu-me.
Partilho a sua ideia de que «..as agruras da vida só destroem aqueles que não se sentiram suficientemente amados nalgum momento precoce da sua existência..», também eu tive quilos de amor na infância e acredito que isso se reflecte na mulher que sou hoje, na forma como tento relativizar os momentos menos bons e como tento sempre ter um sorriso para oferecer. Acho mesmo (pode parecer infantil mas..)que quem não tem sorrisos para devolver deve ser alvo de pena e não de penalização, porque de certeza que é uma pessoa que não foi suficientemente amada!