terça-feira, 7 de maio de 2013

Burnout

Chego a casa consumida do meu dia.
Sinto que toda a energia que tinha, foi sugada pelos mil e um afazeres profissionais. Fazer, fazer, fazer. Mostrar, mostrar, mostrar. Sem parar, que parar é morrer {não é, mas parece}.
Chego a casa consumida do dia, e toda a energia que tinha já não chega para a família. 
Falta-me paciência, tolerância, {boa} disposição. Tenho a cabeça cheia de assuntos que pouco interessam afinal, e chego a meio caminho do quarto dos rapazes para organizar as mochilas da natação, e já não me lembro do que ia fazer. Zero. Nada. Apagou-se da minha memória.
No outro dia, ia a caminho de qualquer lado e quase tive de encostar o carro porque me esqueci para onde ia. Fiquei em branco. Assustadoramente em branco. E ainda não tenho 39 anos.
Há poucos anos atrás {muito poucos}, achava sempre que nada de mal me poderia acontecer. Estava imune a doenças graves, ataques cardíacos, AVCs e outras que tais. Hoje já não tenho a certeza, porque há dias em que o meu coração acelera à séria, tremo das mãos e das pernas e sinto dificuldade em definir prioridades, porque parece que uma avalanche se vai abater sobre mim.
Também tenho madrugadas em que acordo e não volto a adormecer, que a minha cabeça rodopia sobre cada papel e cada tarefa.
Sei que não posso permanecer nesta espiral insana que me tira o sono e o sorriso. Nem posso penalizar com o meu {mau} humor as pessoas que amo. E que me aturam todos os dias os medos, as birras e as angústias.
É tempo de fazer alguma coisa. Mais que não seja, aprender a relativizar. 
Ah...e para aqueles que acham que na função pública não se trabalha, experimentem dar um pulinho à Acção Social de uma Autarquia nos dias que correm.
E depois falamos.


MM

2 comentários:

Marisa Luna disse...

Ora bolas para esses sentimentos menos luzidios!!!
Força e muito relativizar! Por aqui tb se precisa.
Beijocas

Anónimo disse...

Querida Marta,tb sou assistente social e também já me senti exactamente assim; assustadoramente da mesma forma como a Marta descreve. Procurei uma psicanalista e juntas fizemos um excelente trabalho! aprendi a relativizar, a estar alerta, a viver melhor. Um conselho que lhe deixo. Deixo-lhe também um ENORME BEIJO! Força!
Maria