Quem me conhece sabe que sou uma mulher de acessórios. E de acessórios grandes, daqueles que gritam para serem vistos e para serem desejados.
Admiro as mulheres discretas, que adoptam as pérolas de família e usam o anel eleito como segunda pele, todos os dias. Independentemente do que vestem, de que cor vestem e de que humor as habita nesse dia.
Admiro e respeito, mas não sou assim. Até já tentei o estilo, mas corri o risco de desaparecer numa imagem que já não era eu.
Tenho 1,72m e sinto-me mais pequena que um rato se usar anéis finos, colares minúsculos e malas XS. Quando me virem assim, das duas uma: ou estou à beira de um colapso nervoso, ou desejo desaparecer por uns instantes.
Em dias saudáveis, prefiro maxi-colares, anéis que mais parecem armas brancas e perfumes que deixam rasto.
E não o faço para gritar ao mundo que ali estou, mas apenas porque só assim me sinto eu própria. E acho que é por isso que a noção de estilo de cada um não é mais que uma expressão da nossa identidade.
Ora para quem, como eu, não se rege pela máxima "less is more", a Zara tornou-se a sua catedral nesta estação.
Desde os maxi-colares, aos brilhos das t-shirts, das camisas, das botas e dos sapatos, passando pelos cintos cintilantes, tudo parece chamar o meu nome, o que {como imaginam} é uma grande maçada para a minha magra carteira.
E é por isso que na minha gaveta já constam estas peças...
E também é por isso que, num futuro não muito distante, estas peças irão fazer-lhes companhia...
Até lá, vou passando pela Zara todos os dias e acenando.
A única coisa que me resta nestes dias menos abonados.
MM
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