quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Conversas privadas #2


Hoje, enquanto púnhamos a mesa do jantar, o meu filho Vasco falava-me da ansiedade que já sente no regresso às aulas, e em como quer que o dia de amanhã passe depressa para que venha 6ª feira, dia de apresentação na escola e de rever amigos.
A meio da conversa, do arroz a cozer e dos bifes a fritar, diz-me: "Mãe, ainda me lembro do meu primeiro dia de aulas na pré...foi lá que conheci o meu primeiro amor!...". E a conversa continuou numa confidência que não irei partilhar.
 
É nestas alturas que percebo que não faz mal ouvir os filhos por entre o jantar, os TPC, a mesa a ser posta, ou qualquer outra rotina doméstica.
O importante, de facto, é ouvir. E mais importante que tudo, deixarmo-nos enternecer por coisas simples. Gestos simples, palavras simples.
Porque a maternidade nem sempre se faz de coisas, gestos e palavras grandes.
Faz-se no dia-a-dia, nas idas e nas vindas da escola, nas conversas na casa-de-banho e na cozinha, nos abraços à noite e nos beijinhos repenicados. Faz-se das confidências a meio de qualquer coisa, da palavra certa quando o medo vem sem pedir licença, faz-se de rotinas e de "sins" e de "nãos".
A maternidade faz-se da vida real, e pouco da fantasia de que as "conversas sérias" têm um tempo, um lugar e um momento. Não têm.
As "conversas sérias" aparecem, muitas vezes, no meio do caos. E é no meio dele que temos que saber parar e escutar. Ou será tarde demais.
 


MM
 
Este post é um "momento Limetree"

4 comentários:

Anónimo disse...

5* Marta! Adorei o post.

Posso "roubar" para o nosso blog?
Acho que tocas num ponto que todos os dias nos esquecemos: a vida é feita no dia-a-dia, nas rotinas e no quotidiano. Não é feita de grandes eventos, momentos bombásticos e espectaculares.

bjs
jaime

Dolce Far Niente disse...

Olá Jaime, claro que sim! :=)
Este é, inclusivamente um "post Limetree"...

Um beijinho e obrigada!

CAP CRÉUS disse...

E nada como comer um belo Fizz Limão!
Temos que os ouvir sim, sem forçar a barra.

Mafaldix disse...

É tão verdade. Adorei!