sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O livro que engravida

Durante as minhas já faladas mini-férias a sul, li numa penada {literalmente num dia} o livro "Famílias Numerosas - Há sempre espaço para mais um", da jornalista Gabriela Oliveira.
Durante o período em que entrevistou as cerca de 60 famílias mencionadas no livro, a autora engravidou do terceiro filho, tendo sido a própria a escrever na Introdução, que o livro tem o poder de engravidar. Fiquei expectante, confesso.
Em jeito de remate, não estou grávida nem planeio tal evento na minha vida {mãe, volto a dizer que podes dormir descansada!}.
Afinal de contas, já "curei" o meu "síndrome de filha única" com o exercício da maternidade vezes três e já constituo, portanto, uma família numerosa.
Também já tive todos os cromos possíveis na caderneta da vida, uma vez que já fui atingida por xi-xis de jacto na cara {proeza exclusiva dos filhos rapazes}, e já fui obrigada a pintar as unhas ao meu rebento do sexo feminino, logo eu, que que tenho uma fobia patológica com unhas. Ossos do ofício.
Apesar disto, continuo a sonhar com famílias grandes. Maiores que a minha.
Muita gente à mesa, os amigos dos filhos em casa a toda a hora, as peças de teatro em família no Natal {eu sei que soa piroso e lamechas, mas deixem-me divagar, por favor!}, almoços de Domingo com toda a família reunida, muitos beijos lambuzados à noite e de manhã, muitas noras e genros e netos, e eu no centro, claro. Qual matriarca de provecta idade e com um certo toque de excentricidade, com pulseiras até ao cotovelo. Acho que é isto.
Claro que na minha fantasia dourada, não cabe a trabalheira com cada almoço de Domingo, nem com cada noitada em que tenho os filhos e respectivos amigos em casa, nem as dores de cabeça com as noras, os genros e os netos, nem a possibilidade de nenhum dos filhos gostar de teatro, nem de música, nem de reuniões de família, nem nada do que possa correr mal.
Mas acho que não faz mal, porque é para isso que as fantasias servem. Para nos fazer sonhar e para, às vezes, nos darem o impulso necessário para arriscar. Porque acredito que o cenário certo na cabeça, é meio caminho andado para uma realidade aproximada.
 
Posto isto, acho que na minha próxima vida serei mãe de 6.
Com lugar a mesas cheias, peças de Natal, noras, genros e netos e pulseiras até ao cotovelo.
Macacos de mordam se não será qualquer coisa assim.
 
MM

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