quinta-feira, 1 de março de 2012

As minhas dicas de sobrevivência

Não jogo na equipa das mulheres que, depois de terem sido mães, vestem o papel das desgraçadinhas que nunca mais tiveram tempo para se arranjar. Nem para investirem nelas próprias.
E não falo necessariamente de grandes coisas, nem de mudanças radicais.
Não é preciso tirar um MBA para provar que há vida depois da maternidade (embora respeite imenso quem decida fazê-lo).
Falo de pequenas decisões que se tomam, para não cairmos no laxismo e na fácil armadilha do desleixo, mascarado de conforto.
Sei o que digo, porque também já fui "a desgraçadinha" por uns tempos. E fartei-me, porque essa não era eu.
Ora aqui vão umas dicas básicas para as mães que querem continuar a parecer mulheres, mas que já não se lembram como se faz:
- Ser firme na regra: "garantir um serão de adultos"
Esta é uma estratégia que me traz anos de vida. Sou absoluta na decisão de querer serões sem crianças e ponto final. Não é negociável.
- Sair de casa maquilhada
Não compliquem , por favor. Falo de rímel nas pestanas, gloss nos lábios, uma camada (fina!) de base no rosto e blush nas maçãs do rosto. Requer treino para as mais destreinadas, mas não demora mais que 5 minutos. De "cara lavada", só na praia e na minha caminha, obrigada.
- Nas saídas sem crianças (fundamentais, a propósito!), usar saltos altos
Também já caí na esparrela de me desabituar dos saltos. É mais prático e mais cómodo. Habituamo-nos muito facilmente ao "rés do chão do calçado". Mas já disse num post anterior e volto a repetir - somos poderosas nuns high heels. E sabe bem de vez em quando. Experimentem e relembrem a sensação, por favor.
- Pintar as unhas com o tão falado "verniz de gel" (ou gelinho)
As unhas duram mesmo 3 semanas (obrigada Ana, pela dica milagrosa!), e garanto que não ando com "mãosinhas de lã". Dou banhos, cozinho, lavo a loiça, enfim, sou mãe. E tenho unhas vermelhas, sem uma falha. Gosto e aconselho vivamente.
- Sair com amigas que não "douram a pílula"
Que é como quem diz, aquelas que assumem que também se cansam dos filhos e da vida que levam, de vez em quando. Mas que trazem uma boa energia. Fujo das mães que só se queixam. Basto eu nos meus momentos de neura familiar.
- Praticar a arte do Dolce Far Niente, pelo menos, uma vez por semana
Não fazer nada, portanto. Ou quase nada, durante uns momentos. E desfrutar. Sem culpa.

Há mais. Muito mais.
Mas corro o risco de maçar-vos com estas minhas divagações.
Às mães a quem isto não faz sentido nenhum, esqueçam. Apaguem.
Àquelas para quem alguma destas sugestões fez algum eco (mesmo que microscópico), pensem sobre o assunto.
E principalmente, criem a vossa própria lista de "dicas de sobrevivência".
E se puderem, partilhem.
Fico à espera.


MM





10 comentários:

Unknown disse...

Como eu aprecio este post. Faz-me sentir que não sou um extraterrestre, nem um ser que não merece pisar este mundo. Somos mães, mulheres e tudo mais mas, somos também, nós mesmas! E queremos estar no nosso melhor enquanto tal... e estamos!

Simplesmente eu... disse...

Concordo totalmente, porque sou mãe, sou mulher mas primeiro sou EU.

Unknown disse...

Prima, estou totalmente de acordo embora muitas são as vezes em que saio de cara lavada, confesso...mas de resto, voltei às unhas de verniz de gel que me fazem milagres e umas mãos bem mais sexyz e portanto me fazem sentir bem comigo mesma, uso saltos sempre porque não gosto de rasos e saio sempre a matar...que é como quem diz, visto o que me apetece, o que acho que me fica bem e não são raras as vezes que tenho comentários positivos do gang lá e casa... quanto ao serão...aí depende se sequer consigo ficar acordada tal o cansaço... mas de resto acho umas optimas sugestões!!!

CC disse...

Olá, vim cuscar através de outro blog que tinha o link deste post. E porquê? Porque me despertou a atenção, porque eu tambem sou mãe, e porque tambem já andei confortável (desleixada, vá). Mas, chegou uma altura em que tive necessidade de voltar a ser tambem Mulher e a pouco e pouco tenho vindo a recuperar o meu EU.

Desde o final do ano passado comecei a maquilhar-me todos antes de sair de casa (antes só o fazia de vez em quando). No ínicio custou um pouco, mas continuei firme na minha resolução e agora faço-o em 5m e não dispenso. Os saltos altos tambem cá andam (ainda só de vez em quando, mas chegamos lá).

Isto tudo para dizer que adorei o post e concordo plenamente.

Bjos

Helena Barreta disse...

Se há coisa que posso afirmar do alto dos meus 47 anos e quase, quase 24 anos de casamento é que estas suas palavras, na minha opinião, não têm, nem podem ter CONTESTAÇÃO.

Para bem da nossa saúde, pelo bem estar do casal e acima de tudo, para que a relação mãe/filhos seja saudável, não podemos, ou não devemos, sobrepor o nosso papel de mãe em detrimento de nós enquanto mulheres. É importante e fundamental que os filhos cresçam e sejam educados a ver a mãe como mulher, profissional ou não, mas uma pessoa que tem vida para além deles e que já existia antes deles, já para não falar de como é importante e que fique bem claro que a Mãe só o é porque também é amada e amante de alguém. Os filhos, inicialmente não sabem, mas depois até vos vão agradecer que assim seja e os maridos? Esses então dão pulinhos de contentes.

Bom fim de semana

Beijinhos

Marta Anico disse...

Martinha, não sou mãe, mas se alguma vez viver essa experiência espero ser assim, como tu. Multidimensional:) A diversidade enriquece...

Dolce Far Niente disse...

Como ainda não sei enviar comentários personalizados, faço um agradecimento generalizado a todas vós, que me enchem o coração com as vossas palavras.
Helena, gosto sempre tanto do que escreve...
Prima, afinal, somos parecidas em muitas coisas! :)
Martinha, obrigada pela "presença" constante e adoro o teu blog!!
CC, volte sempre!
"Simplesmente Eu", continua a aparecer, obrigada!!

carla disse...

Ola minha grande amiga, como eu concordo com tudo o que escreveste. Felismente tb sou assim, sinto-me muito Mulher,muito Mãe e muito enfermeira quando encaro cada um desses papeis. Brinco com eles e faço grandes palhaçadas mas também dou ralhetes. Quando é hora de ser mulher, aí "bota SEXY no momento"...até dói...LOL... e quando estou no hospital toca a tratar os meus doentinhos. Gosto de ser assim e de ter amigas como tu. Beijo grande

cristina martins disse...

Eu também partilho da mesma opinião! Cara lavada? Meu Deus nem consigo ver-me dessa forma! Dois filhos, aulas para preparar, casa para cuidar, refeições, mais o marido,conclusão: OLHEIRAS!! Como as odeio! Saltos altos é muito raro, só mesmo para festas porque as costas estão muito mau estado! Unhas de gel, gosto, mas para mim não dá!,problemas de ofício!
Beijinhos a todas e aperaltem-se meninas!!!

Dolce Far Niente disse...

Cristina,obrigada pelas palavras. E concordo..."aperaltem-se meninas!!!"

Bjos