quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Confissões de Mãe

Ser Mãe é viver um milhão de sentimentos contraditórios, às vezes, numa fracção de segundo.
Ora achamos os nossos filhos adoráveis e enternecemo-nos até às lágrimas num momento, ora somos possuídas por uma irritação galopante, daquelas que nos tira do sério em menos de nada.
E se há uns anos atrás (ainda "mãe de primeira viagem"), achava que só eu sentia esta ambivalência materna, hoje tenho a certeza de que é um estado transversal à maioria das mães. 
Pelo menos, aquelas que já não têm tanto medo de se questionar.
Nem de serem questionadas.
Mas apesar deste sentimento ser universal ao mundo da maternidade, cada uma de nós tem os seus limites e momentos próprios, em que precisa de tempo para si.
O meu acontece logo depois do jantar.
Quando preciso urgentemente de descomprimir e anseio (como de pão para a boca), pelo meu serão.
Só meu.
E se não for pedir muito, sem canal Panda, por favor.
E é quando mais quero esparramar-me no sofá e esquecer-me que pari 3 vezes, que as crianças mais parecem ligadas à corrente.
E é quando me irrito galopantemente.
E é quando acho que sou uma mãe de vão de escada.
E é quando volto às calendas gregas da minha própria maternidade, e torno a esquecer-me de que ser mãe também é isto: às vezes (só às vezes), estar farta de ser mãe.
Por instantes.
Breves instantes.
A parte boa desta história, é que já não tenho vergonha de assumir nada disto.
E quem nunca sentiu qualquer coisa parecida, que atire a primeira pedra.

MM

9 comentários:

cata disse...

A mim dá-me um alívio tremendo quando encontro quem assuma que também sente isso... Sabes (deves saber) que o que há mais por aí são famílias (que se dizem) perfeitas onde ninguém grita e toda a gente se ama e não há essa ambivalência que descreveste tão bem...
Viva nós! As autênticas!!!!
Cata
http://longoriotranquilo.blogspot.com/

Dolce Far Niente disse...

Acho exactamente o mesmo, e é por isso que gosto de escrever sobre este assunto. Porque é importante desmistificar esta ideia das "famílias perfeitas".
Obrigada e vai aparecendo! :)

Bjos,

silva disse...

Ah como eu te compreendo, tambem sinto isso, mas logo a seguir fico com sentimento de remorso e a sentir -me uma mae de " vao de escada ".
Gosto muito de te ler.


Beijinho

Lena

Dolce Far Niente disse...

Obrigada, Lena.

Muitos beijinhos

Helena Barreta disse...

Para mim, uma mãe que diga que nunca se sentiu assim, não deve estar a dizer a verdade.

Eu e o meu marido apreciamos e muito quando o nosso filho, jovem adulto, não dorme em casa, ou vai de fim-de-semana para fora e a casa fica só para nós.

Um beijinho

Simplesmente eu... disse...

Como te compreendo e me revejo.
Parabéns por este cantinho :)

Dolce Far Niente disse...

Um beijinho Helena, e continue assim. O casamento agradece! :)

Dolce Far Niente disse...

Obrigada, "Simplesmente eu"! :)Gosto do termo "cantinho"...acho que é isso...

Bjos

voltar de página disse...

comecei a "ler-te" hoje e vou continuar a faze-lo :) impressiona-me o qt me revejo nas tuas palavras. :)
e... um grande viva para as mães imperfeitas que gritam, ralham, maldizem a vida, mas amam os filhos à sua maneira e desmedidamente! ;O)