Para começar o ano em beleza, hoje avariou-se a máquina de lavar louça cá de casa.
Mas também reiniciei as minhas aulas de Bodybalance, comecei a comer francamente menos e comprei o perfume dos meus sonhos. Aquele que ando à procura há 3 décadas e que ainda não tinha encontrado.
A essência que define a minha essência (por agora, pelo menos).
Não sei se já falei aqui sobre isto, mas invejo as pessoas que têm o perfume de uma vida. E que têm a vida dentro de um frasco de perfume.
As roupas, a pele, a casa, os filhos, a secretária do emprego, o elevador por onde passam, tudo cheira ao mesmo, e todos sabem que foi aquela pessoa que por ali passou. Mais nenhuma.
Na verdade, assumo que invejo as mulheres que deixam um rasto perfumado. Mas um rasto coerente no tempo, consolidado. Um rasto de uma vida, cá está.
Não me refiro àquelas que, como eu, deixam rastos incongruentes.
Ora cheiram a madeira e a sândalo, ora a pêssego e tangerina. Ora são devotas dos odores florais, ora dos amadeirados. Ora escolhem um perfume marcante, até para os que quase não têm cheiro, ora preferem os cheirinhos discretos, quase insípidos. Ora se banham de pivetes baunilhados, ora de rebuçados de côco... ...eh pá, decidam-se!
É por tudo isto, que uma das minhas resoluções para 2012, é escolher O Perfume da Minha Vida.
Aquele que quem cheirar pense assim "vem ali a Marta"; "isto cheira à Marta"; "que bem que cheira a Marta"; "este é o perfume da Marta"...
Perguntar-me-ão porquê.
Porque o cheiro ocupa lugar.
Porque o cheiro transporta-nos para longe, quase sem darmos conta. Às vezes, para lugares em que nunca estivemos.
Porque a identidade faz-se de pequenas coisas que nos definem.
Fico, contudo a pensar, que se não conseguir encontrar o santo graal do meu olfacto, também isso me define.
Quero acreditar que a elasticidade também se mede pelo cheiro.
E que talvez não faça mal gostar de muitos cheiros diferentes.
Afinal, não sou uma mulher de certezas absolutas.
Nem no que ao olfacto se refere.
MM
