domingo, 23 de outubro de 2011

Ninhos

É Domingo, está frio e chove. Normalmente, seria a receita certa para estar com a neura. Mas não estou.
Gosto de estar em casa, no aconchego das minhas coisas.
Nada está muito arrumado, porque ter 3 crianças em casa implica não viver num museu. Claro que vou gritando para arrumarem isto ou aquilo. E claro que me enfureço de cada vez que vejo mais alguma barbie, ou um gormiti espalhado pelo chão. Mas a tolerância qb torna-se a minha arma da paz.
Respiro fundo três vezes, e aceito a inevitabilidade da maternidade x 3. Porque a matemática é uma ciência exacta, e porque quem quer ter uma casa imaculada não pode parir 3 vezes. Ponto final.

Ouço a doçura brasileira da Paula Morelenbaum e do álbum "Berimbaum", e os monólogos da minha filha, ao fundo.
O espanta-espíritos do verão agita-se na varanda, como a adivinhar a tempestade que aí vem.
Recolho os toldos e as almofadas dos bancos lá de fora e encosto os vasos, para não caírem no terraço dos vizinhos, com o temporal.
Enfio-me dentro de casa e experimento a sensação do ninho.
Descubro que não me apetece estar em mais sítio nenhum do mundo. E que bom que é.

MM