domingo, 16 de outubro de 2011

As Crises que Cegam

Ontem, durante a minha aula matinal de Body Balance, roubaram-me os ténis nos balneários do ginásio.
A reacção da responsável de serviço do Holmes Place (para além de informar que iria participar a ocorrência aos seus superiores), fez o desabafo "(...) é a crise!".
Fiquei a pensar que não quero viver neste mundo. Este em que a desonestidade e o desrespeito pelos outros  e pelo que é dos outros, é aparentemente justificável por essa que já se tornou uma das maiores instituições nacionais - a "crise".
Deu-se a coincidência de ter ido ver, à noite, o filme "Contágio", que conta a história de um vírus que se dissemina pelo mundo inteiro em menos de nada, e que traz ao de cima as fragilidades da natureza humana quando se vê em luta pela sobrevivência. Uma luta em que começa a valer tudo.
É perigoso quando chegamos a este ponto de decadência humana. Não me refiro à luta pela vida, mas à perda de valores básicos, em nome de qualquer coisa que nos atinge, mas que também nos serve, quando dá jeito.
Não quero nunca chegar ao ponto, em que sinta que vale tudo. Porque quando esse ponto chegar, estaremos todos perdidos.
Quero acreditar que, apesar de todas as adversidades, ainda mantemos a rectidão de carácter e a dignidade.
E deixemo-nos de tretas: isso não cabe aos outros. Cabe a cada um de nós.

MM