No dicionário das mães, Setembro significa Recomeçar.
É o reinício da rotina das escolas e dos jardins-de-infância, das mochilas, dos livros e do material escolar, das actividades extra-curriculares, dos TPC, das manhãs com gritos, das lancheiras e das marmitas, dos cartões da escola e das senhas de almoço, dos Directores de Turma e das cadernetas com recados mais ou menos abonatórios.
Por todas estas razões, agravadas pelo IMI e pelo Imposto de Circulação (para mim, pelo menos), Setembro também é, por definição, o mês da falência. Há os manuais escolares, os cadernos infindáveis, os lápis e as canetas, os esquadros e os compassos, as borrachas e os afias, as cartolinas e o papel cavalinho...enfim, uma parafernália de exigências mais ou menos pertinentes, que fazem de Setembro o mês campeão do stress familiar e da bancarrota.
Depois, há o medo de falhar. Receia-se o mau comportamento na escola; o desinteresse; os maus resultados escolares; o não fazer o acompanhamento devido; o exigir demasiado, ou demasiadamente pouco; as más companhias; as notícias desagradáveis...receia-se pelo futuro das nossas crianças e por aquilo que isso pode dizer sobre nós, pais/educadores, porque por mais que nos custe adimitir, companheiras de jornada, quando a criança não cumpre, pomo-nos em causa, sempre.
No dicionário das mães, Setembro significa Recomeçar.
E no dicionário comum, Recomeçar significa Retomar, Reencetar, Reprincipiar...
Escolho reiniciar pelo princípio: respirando fundo e acreditando que consigo levar o barco a bom porto.
Porque um recomeço também pode ser a melhor coisa do mundo.
MM
